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A doenca como linguagem da alma.pdf

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fraqueza geral para expor suas exigências. O tema se chama conflito, pois a<br />

base do herpes-zoster, que representa ele mesmo um conflito, é novamente<br />

um conflito, tal <strong>como</strong> mostra o historial do adoecimento de fundo. Um conflito<br />

adiado por muito tempo atrai a atenção para si com a aju<strong>da</strong> de tropas<br />

estrangeiras, <strong>da</strong>s quais depende. Assim <strong>como</strong> na neuralgia do trigêmeo, a<br />

problemática <strong>da</strong> agressão é declara<strong>da</strong>, e a desfiguração, ou seja, a<br />

representação de uma reali<strong>da</strong>de muito diferente proveniente <strong>da</strong>s profundezas<br />

<strong>da</strong> <strong>alma</strong>, é semelhante ao que acontece na paralisia facial. Juntamente com<br />

o caráter de bomba-relógio, estão acentua<strong>da</strong>s as problemáticas <strong>da</strong> defesa e<br />

<strong>da</strong> resistência.<br />

Uma alta resistência anímica já sugere a doença de fundo. A medicina<br />

acadêmica, caso não reconheça nenhuma à primeira vista, buscará alguma<br />

que esteja oculta, tal <strong>como</strong> um foco infeccioso ou um carcinoma que ain<strong>da</strong><br />

não foi detectado. Caso não se encontre na<strong>da</strong> disso, pode-se deduzir que a<br />

resistência anímica contra um âmbito central <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> é muito forte e suficiente<br />

para enfraquecer as defesas corporais a ponto de desencadear um ataque<br />

de herpes-zoster emboscado. O sintoma demonstra que algo afetou os<br />

nervos e se meteu na pele de alguém por muito tempo e agora quer voltar à<br />

tona. O mais doloroso e o mais difícil é o surto e a erupção. A resistência<br />

contra esse processo e a angústia que produz somatizam-se em uma dor<br />

agu<strong>da</strong> que queima e uma sensação de tolhedora tensão. Quando a barreira<br />

se rompe, as bolhas, na maioria dos casos, secam e se curam em duas ou<br />

três semanas. O ataque atinge a pessoa justamente em seu ponto mais fraco<br />

naquele momento; no caso <strong>da</strong> erisipela facial, diretamente na cara. Assim<br />

<strong>como</strong> acontece com uma bofeta<strong>da</strong>, somente a face atingi<strong>da</strong> arde. Mas<br />

também se pode levar um tapa no nariz, na orelha ou no olho. Os últimos<br />

golpes, especialmente, são tão duros que se perde a visão e a audição deste<br />

lado. Enquanto o afetado se sente "apenas" desfigurado, marcado e<br />

golpeado na testa e nas faces, o herpes <strong>da</strong> córnea, extremamente perigoso,<br />

pode deixá-lo cego, e o do ouvido, surdo. O pior é talvez que esses ataques<br />

ocorram quando o paciente, em outro sentido, já foi severamente golpeado<br />

(doença de fundo). Há sempre uma certa perfídia nisso tudo quando se tem<br />

em conta que o vírus esperou durante anos por esse momento de fraqueza<br />

de sua vítima para, deixando seu esconderijo nas raízes dos nervos, atacar.<br />

Antes esse sintoma recebia o nome de ignis sacer, fogo sagrado ou fogo<br />

selvagem. Ele era tratado com remédios mágicos porque se vislumbrava ali<br />

um sinal de um plano mais elevado. Ele é de fato um sinal de outro plano, se<br />

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