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A doenca como linguagem da alma.pdf

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àquilo que ocorre no inconsciente sem ser notado. Ain<strong>da</strong> que sejam<br />

vivencia<strong>da</strong>s, as excrescências e a depravação no âmbito sexual não são<br />

conscientes. Os pequenos vulcões evidenciam a pressão sob a qual o<br />

afetado se encontra. Os componentes agressivos e venusianos caminham de<br />

mãos <strong>da</strong><strong>da</strong>s. O nariz bulboso lembra um libertino. Pode-se assumir uma<br />

posição superficial em relação a tal padrão e usar o bulbo vermelho de<br />

maneira provocativa, <strong>como</strong> um clown [palhaço], pode-se também sentir<br />

vergonha ou então reprimir to<strong>da</strong> a referência de conteúdo e não querer saber<br />

na<strong>da</strong> a respeito dos próprios sonhos e fantasias desmesura<strong>da</strong>s. O surto de<br />

crescimento que, em sentido figurado, foi muito curto, é somatizado em seu<br />

devido lugar. Todo o líquido fértil que foi dissipado concretamente ou em<br />

fantasias é agora segregado substitutivamente pelas glândulas sebáceas em<br />

quanti<strong>da</strong>des absolutamente desagradáveis. O aspecto de fertili<strong>da</strong>de é<br />

igualmente anunciado pelo notável crescimento do tecido do septo nasal.<br />

Bate-se com o nariz no próprio problema, por assim dizer, e todo o mundo<br />

pode vê-lo.<br />

O sintoma está freqüentemente associado a uma problemática de<br />

alcoolismo que coloca em jogo o nariz avermelhado de bêbado. O álcool é<br />

a droga de evasão clássica de nossa socie<strong>da</strong>de. Justamente onde a<br />

propagan<strong>da</strong> sugere o contrário, é evidente que são especialmente as<br />

pessoas que não podem suportar o homem que têm em si em nenhum<br />

sentido, porque são muito moles, que tendem à bebi<strong>da</strong>. Enquanto os bebês<br />

têm o direito de ficar agarrados à mamadeira, nos adultos o que isso mostra<br />

é a dependência e a tendência à regressão, à fuga. Os outros sintomas do<br />

alcoolismo também acentuam essa tendência: a pessoa cambaleia <strong>como</strong><br />

uma criança que ain<strong>da</strong> não aprendeu a an<strong>da</strong>r com segurança, e balbucia,<br />

<strong>como</strong> se ain<strong>da</strong> não dominasse a fala. O fato de que o álcool seja um forte<br />

narcótico evidencia ain<strong>da</strong> que alguém não quer admitir para si mesmo, e sim<br />

encobrir e anestesiar a dor causa<strong>da</strong> pelo fracasso. Essa imagem parece<br />

contradizer totalmente aquela mais corriqueira do alcoólico brutal, durão e<br />

excessivamente masculino. Entretanto, essas demonstrações superficiais de<br />

masculini<strong>da</strong>de violenta, bem <strong>como</strong> de potência ostensiva, não passam de<br />

tentativas ofensivas de compensação <strong>da</strong> própria insegurança e fraqueza.<br />

O típico círculo vicioso pode então desenvolver-se rapi<strong>da</strong>mente: o álcool é<br />

a droga <strong>da</strong> impotência em todos os níveis, afoga-se a preocupação com a<br />

própria incapaci<strong>da</strong>de. Por outro lado, poucas coisas causam a impotência<br />

com tanta rapidez <strong>como</strong> a ingestão regular de álcool. Não se trata portanto<br />

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