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A doenca como linguagem da alma.pdf

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imagem nos escapa quando tentamos encontrá-la na análise do material, por<br />

mais refina<strong>da</strong> que esta seja. Ao final obtemos alguns <strong>da</strong>dos numéricos sobre<br />

a combinação de pigmentos, mas perdemos o ambiente outonal. Este está<br />

mais no simbolismo <strong>da</strong>s cores que em sua química. Para que possamos<br />

interpretar uma imagem, todos os detalhes devem unir-se em uma impressão<br />

geral. O todo é mais que a soma de suas partes.<br />

Nossa palavra "símbolo" deriva <strong>da</strong> palavra grega symballein, que significa<br />

algo <strong>como</strong> juntar, reunir. Para compreender a interpretação dos sintomas do<br />

ser humano em sua totali<strong>da</strong>de é necessário juntar to<strong>da</strong>s as impressões<br />

individuais em um padrão, ou seja, reunir todos os pequenos símbolos em<br />

um único símbolo abrangente.<br />

Apesar <strong>da</strong> legitimação obti<strong>da</strong> graças à física moderna, o pensamento<br />

analógico passa facilmente ao segundo plano em relação ao pensamento<br />

analítico. Ain<strong>da</strong> assim, ele impregna nossas vi<strong>da</strong>s em muito maior medi<strong>da</strong><br />

que a que estamos dispostos a admitir. Quando encontramos uma pessoa<br />

pela primeira vez, formamos uma imagem dela que se apóia em uma<br />

compreensão simbólica e analógica. Ain<strong>da</strong> que o intelecto nos queira sugerir<br />

que a primeira impressão é enganosa, sabemos que não é assim. Caso nos<br />

fiemos <strong>da</strong> razão, precisamos freqüentemente de muito tempo para chegar à<br />

conclusão de que tudo já estava lá desde o Inicio. Assim que visitamos<br />

alguém em sua casa, formamos uma imagem <strong>da</strong> casa e <strong>da</strong> pessoa, o mesmo<br />

acontecendo quando ele sai de seu carro. Tudo isso baseia-se em uma<br />

compreensão simbólica mais ou menos consciente. To<strong>da</strong>s as referências<br />

religiosas também estão basea<strong>da</strong>s no simbolismo e na analogia. Somente<br />

dessa maneira pode-se entender as comparações. Quando, no pai-nosso,<br />

rezamos "Seja feita a Sua vontade, assim na Terra <strong>como</strong> no céu", utilizamos<br />

uma outra formulação para o "assim em cima <strong>como</strong> embaixo"; estamos nos<br />

movendo sobre o solo <strong>da</strong> analogia.<br />

A um olhar mais atento, até mesmo as ciências naturais baseiam-se no<br />

pensamento comparativo, já que qualquer fenômeno mensurável é uma<br />

comparação e um processo de estabelecer relações, ou seja, de criar<br />

analogias. Tanto faz se medimos uma distância, a temperatura ou a pressão,<br />

somos sempre remetidos à comparação com uma escala de aferição. Como<br />

as medi<strong>da</strong>s são a base <strong>da</strong>s ciências naturais, em última instância elas<br />

também estão basea<strong>da</strong>s no pensamento comparativo.<br />

Pode-se reconhecer ain<strong>da</strong> mais claramente o quanto a medicina está<br />

próxima do pensamento comparativo no âmbito <strong>da</strong> estatística, uma de suas<br />

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