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A doenca como linguagem da alma.pdf

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desejável: o princípio de expansão. O câncer ultrapassa to<strong>da</strong>s as fronteiras e<br />

obstáculos, estende-se por tudo, penetra em tudo, participa de tudo, une-se a<br />

tudo, até a estruturas alheias, não se detém diante de na<strong>da</strong>, não pode ser<br />

detido por praticamente na<strong>da</strong>, é quase imortal e não teme nem mesmo a<br />

morte. O câncer é a expansão que mergulhou nas sombras (do corpo).<br />

Conseqüentemente, trata-se de expandir a consciência, de descobrir a<br />

infinitude e a imortali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>alma</strong>. Não deveríamos nos admirar que o<br />

principio mais elevado apareça por intermédio do mais maligno de todos os<br />

sintomas. A sombra mais escura sempre emite a luz mais brilhante. Com a<br />

auto-realização, no câncer, o que mergulhou nas sombras é o tema que<br />

procura atingir o objetivo final de todo desenvolvimento: o"si mesmo”.<br />

Embora o meio seja o objetivo final, no início do caminho é necessário<br />

confiar em si mesmo e ir para os extremos. Quando Cristo diz: "Seja quente<br />

ou frio, o morno eu cuspirei", ele está falando sobre uma etapa do caminho. É<br />

o meio <strong>como</strong> compromisso podre que deve ser abandonado. Aqui está a<br />

tarefa mais difícil do aprendizado do paciente de câncer. Nesse sentido, o<br />

tranqüilo meio-termo no qual o normopata se a<strong>como</strong>dou não é de forma<br />

alguma um lugar definitivo. Em lugar <strong>da</strong> harmonia do meio, o que impera é<br />

uma harmonia aparente. As ("malignas") energias do ego não são visíveis,<br />

mas sua vi<strong>da</strong> nas sombras é tanto mais intensa. O normopata jamais ferirá<br />

alguém com um não egoísta e descompromissado, mas tampouco fará<br />

alguém feliz com um sim incondicional. Ele se desculpa permanentemente<br />

por sua existência, mas não se livra <strong>da</strong> culpa primordial (a separação <strong>da</strong><br />

uni<strong>da</strong>de). Para ele, a aparência é mais importante que o ser. Entretanto,<br />

trata-se em última instância do ser, e ele portanto não encontra a paz final no<br />

cômodo meio, um caminho to longo do qual ele encontra pouquíssima<br />

resistência, ou seja, a paz que ele p de encontrar aqui não é realmente a paz<br />

definitiva.<br />

A primeiríssima coisa que ele deve fazer é começar a se mover, a<br />

crescer, a se transformar e a se desenvolver. Faz parte, também, aprender a<br />

dizer não, detectar e viver seus desejos egoístas, experimentar rebelar-se<br />

contra regras rígi<strong>da</strong>s, escapar de estruturas demasiado estreitas, chegar<br />

perto e perto demais dos outros, pular fronteiras, ignorar limitações, viver<br />

to<strong>da</strong>s as coisas que, caso contrário, ocorrem nas sombras <strong>como</strong><br />

acontecimento cancerígeno. Em vez de mutações no nível celular, poderia<br />

haver metamorfoses nos âmbitos anímico, espiritual e social; em vez de sair<br />

<strong>da</strong> espécie (degenerar), ele poderia pular a cerca (demasiado opressora).<br />

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