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A doenca como linguagem da alma.pdf

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movem sobre um solo oscilante. Muitas vezes, a experiência é descrita <strong>como</strong><br />

se o subsolo (o solo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>?) afun<strong>da</strong>sse, é preciso lutar para mover-se para<br />

a frente <strong>como</strong> quem caminha sobre areia movediça ou <strong>como</strong> um equilibrista<br />

na cor<strong>da</strong> bamba. A sensação de que o chão desaparece sob os pés do<br />

afetado <strong>como</strong> se ele estivesse bêbado mostra quão pouco firme e confiável é<br />

o contato com a própria base e o enraizamento no solo anímico. O medo de<br />

precipitar-se de pontes estreitas mostra a ameaça <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e a proximi<strong>da</strong>de do<br />

abismo ao caminhar pela crista. De fato, o risco de precipitação toma-se mais<br />

próximo com o progresso do quadro de sintomas. A sombra não vivi<strong>da</strong><br />

ameaça atrair o paciente para sua área de influência. Isso torna-se<br />

especialmente perigoso quando a essa oscilação somam-se fraqueza e<br />

perturbações na sensibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s pernas, que com freqüência parecem<br />

extremamente pesa<strong>da</strong>s ou <strong>como</strong> se estivessem dormentes.<br />

A estrutura de personali<strong>da</strong>de resultante, por um lado, está impregna<strong>da</strong> do<br />

desejo de controlar e planejar tudo com antecedência e, por outro, <strong>da</strong> falta de<br />

uma reação adequa<strong>da</strong> frente aos desafios. Assim que algo vai contra suas<br />

concepções fixas e freqüentemente rígi<strong>da</strong>s, surgem resistência e angústia<br />

nos pacientes. O considerável medo do fracasso e a falta de autoconfiança,<br />

no entanto, impedem que eles dêem expressão à sua indignação. Para quem<br />

está de fora, essa mistura dá facilmente a impressão de teimosia.<br />

Para o afetado, a repressão de todos os impulsos vitais próprios, reações<br />

e respostas à vi<strong>da</strong> é praticamente inconsciente. Quando ela se torna<br />

rudimentarmente consciente, ocorrem também às vezes ultracompensações<br />

e uma sede de viver especialmente demonstrativa. A rigidez e as concepções<br />

fixas contrastam com a tendência de fazer justiça a tudo. Com isso, os<br />

pacientes negligenciam suas próprias necessi<strong>da</strong>des, o que os torna<br />

internamente irados. Em boa medi<strong>da</strong> incapazes de impor-se e externar<br />

agressões, eles as dirigem para dentro, contra si mesmos. A explicação<br />

médica <strong>da</strong> EM <strong>como</strong> uma enfermi<strong>da</strong>de de auto-agressão explica para onde<br />

vai a energia. Frases típicas durante a terapia são: "Eu não vivi”, "Meu<br />

casamento foi um único auto-sacrifício", "Eu passei a vi<strong>da</strong> pedindo<br />

desculpas", "Eu nunca me permiti uma fraqueza" ou "Eu me afastei tanto de<br />

mim mesmo”.<br />

A problemática sexual desempenha um papel muito substancial,<br />

especialmente dissemina<strong>da</strong> entre os homens e que vai <strong>da</strong> impotência à<br />

ejaculação precoce e à incapaci<strong>da</strong>de de atingir o orgasmo. Devido ao<br />

posicionamento de vi<strong>da</strong> dos pacientes, voltado para o exterior, é<br />

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