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A doenca como linguagem da alma.pdf

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deuses. Hécate e Pandora se distinguiram em relação a isso. Em escocês e<br />

em irlandês há as palavras Albschoss [Alb = espírito maligno] e Elfflint [Elf=<br />

effo] para designar o lumbago. Os antigos viam pura e simplesmente a<br />

entra<strong>da</strong> do mal nas dores que surgiam de golpe, atribuindo-as ás bruxas<br />

más. Ain<strong>da</strong> que hoje em dia tenhamos superado tais explicações causais,<br />

estamos tão próximos do mecanismo <strong>da</strong> projeção <strong>como</strong> naquela época.<br />

Muitas pessoas alimentam a idéia de que alguém, desde que não sejam elas<br />

mesmas, deve ser culpado pelo incidente. Nesse sentido, a expressão "tiro<br />

<strong>da</strong> bruxa" também se a<strong>da</strong>pta a nós. Talvez a primeira vitima desse sintoma<br />

tenha realmente procurado por alguma bruxa de maneira demasiado abrupta.<br />

Talvez ele tenha literalmente se torcido bruscamente ao ver a bel<strong>da</strong>de. Se<br />

ele tivesse admitido seu arrebato, sua CV teria participado do jogo sem<br />

reclamar. Mas quem se deixa arrebatar sem admitir seu interesse corre o<br />

risco de vivenciar a fissura fisicamente depois, até que não tenha mais<br />

nenhuma dúvi<strong>da</strong> quanto à sua participação direta no que aconteceu. A<br />

designação “tiro <strong>da</strong> bruxa” atribui a responsabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> bruxa<br />

correspondente ao tiro que atingiu o afetado ao mesmo tempo pelas costas e<br />

sem razão. Na ver<strong>da</strong>de, a bruxa mais encantadora somente pode virar<br />

aquela cabeça (e aquela coluna vertebral) que se deixa enlevar. Há<br />

naturalmente muitíssimas outras situações em que se pode ficar algo<br />

desgastado e que não têm na<strong>da</strong> a ver com o tema <strong>da</strong> bruxa. Mas to<strong>da</strong>s têm<br />

em comum o padrão de que se trata de movimentos inconscientes e portanto<br />

descontrolados, que não se é capaz de suportar em to<strong>da</strong> a sua extensão.<br />

Quando um prolapso de disco subsiste por um período mais longo, após<br />

sensações iniciais de formigamento, pode-se até chegar a paralisias tais<br />

<strong>como</strong> uma síndrome de seção transversal. Quanto às sensações falsas, o<br />

sintoma deixa claro <strong>como</strong> a percepção que se tem <strong>da</strong> metade inferior do<br />

corpo é incongruente e desorienta<strong>da</strong>. Na paralisia mostra-se então <strong>como</strong> a<br />

parte que se encontra abaixo do prolapso é sem vi<strong>da</strong> e incontrolável. A lição<br />

a ser aprendi<strong>da</strong> é igualmente aludi<strong>da</strong> pelos sintomas. As sensações falsas<br />

dirigem a atenção para baixo e acentuam a necessi<strong>da</strong>de de cui<strong>da</strong>r desse<br />

âmbito. Na paralisia encarna-se uma forma não redimi<strong>da</strong> <strong>da</strong> distensão. A<br />

lição ensina a viver esta última de forma libera<strong>da</strong> em relação ao baixo-ventre<br />

e às pernas. Com as pernas e sua incapacitação, mencionam-se os temas<br />

estar em pé (firmeza, estabili<strong>da</strong>de) e an<strong>da</strong>r (avançar, progresso, ascensão).<br />

Trata-se de distender-se em relação a isso, ou seja, de trazer distensão a<br />

esses âmbitos.<br />

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