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A doenca como linguagem da alma.pdf

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unilateral e visualmente orienta<strong>da</strong>s, superarem a juventude sem miopia e a<br />

velhice sem presbiopia, mostra <strong>como</strong> apesar de sua freqüência, esses<br />

fenômenos têm a ver especificamente conosco.<br />

138<br />

Ouvido e audição<br />

A orelha, que é a parte externa do ouvido. tem uma forma eminentemente<br />

feminina. Enquanto o olho tem acesso a um controle ativo, a lei que rege o<br />

ouvido o submete a uma maior passivi<strong>da</strong>de. Ele permanece aberto mesmo<br />

durante a noite, que é a metade feminina do dia, não se deixa dirigir ou<br />

controlar e, de maneira correspondente, tem menor capaci<strong>da</strong>de de<br />

concentração. Naturalmente não existe, portanto, um ponto em que a<br />

audição é mais aguça<strong>da</strong>. Enquanto o olho, por princípio, pode fechar-se e<br />

está limitado a uma metade <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, aquela para a qual o rosto está<br />

voltado, o ouvido não pode ser desligado e por essa razão está sempre<br />

sendo informado de maneira abrangente. Ain<strong>da</strong> que se durma sobre um dos<br />

ouvidos, o outro continua desperto. Na escala de on<strong>da</strong>s eletromagnéticas, a<br />

faixa de freqüências percebi<strong>da</strong> pelo ouvido ultrapassa em muito a do olho.<br />

Contrariamente às pálpebras, a ausência de mobili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s orelhas acentua<br />

igualmente a quali<strong>da</strong>de passiva do sentido <strong>da</strong> audição, já que não se<br />

encontram no centro <strong>como</strong> os olhos mas, tipicamente, na periferia do rosto.<br />

Nós emprestamos nossos ouvidos a alguém ou <strong>da</strong>mos uma ouvi<strong>da</strong> no que<br />

ele tem a dizer, embora somente lancemos olhares ao nosso redor. O fato de<br />

que os animais sejam capazes de mover as orelhas e de que algumas<br />

poucas pessoas também tenham a possibili<strong>da</strong>de de executar ativamente com<br />

elas alguns movimentos rudimentares permite presumir que essa capaci<strong>da</strong>de<br />

foi sendo perdi<strong>da</strong> por desleixo. É somente em sentido figurado que nós ain<strong>da</strong><br />

podemos ficar com as orelhas em pé. O ponto a que chegamos pode ser<br />

comprovado pelo fato de acharmos que orelhas móveis são cômicas,<br />

enquanto olhos imóveis nos parecem trágicos. A diferente valoração de<br />

ambos os sentidos mostra-se também no fato de nós confiarmos<br />

constantemente em nossa ótica, mas só muito raramente se é todo ouvidos,<br />

já que nós praticamente nos esquecemos de ouvir com atenção.<br />

A cóclea, o órgão <strong>da</strong> audição propriamente dito, que está situado no<br />

interior do ouvido, é um sinal ain<strong>da</strong> mais importante que o pavilhão auricular.

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