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A doenca como linguagem da alma.pdf

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anhos de lágrimas aparentemente sem motivo encontram o caminho <strong>da</strong><br />

liber<strong>da</strong>de. Às vezes eles também são traídos pela voz raspa<strong>da</strong>, rouca,<br />

audivelmente aflita, mostrando quanto a situação lhes dá o que fazer. Ela fala<br />

claramente <strong>da</strong> pressão sob a qual eles se encontram e o estado de espírito<br />

oprimido de que está cheia. Necessariamente baixa, a voz, força<strong>da</strong> <strong>como</strong> é,<br />

deixa soar as pretensões propriamente ditas. Aqui a pessoa gostaria de<br />

externar-se mais e mais alto, mas não o consegue.<br />

O componente de crescimento dos hormônios <strong>da</strong> tireóide alicerça as<br />

interpretações, pois o excesso de hormônio mostra as pretensões de<br />

crescimento que mergulharam no corpo. Esse é o seu lugar até a<br />

adolescência, mas depois deve localizar-se exclusivamente no nível anímicoespiritual.<br />

Portanto, não é de admirar que praticamente não exista<br />

hipertireoidismo na infância e que sua ocorrência aumente somente após a<br />

puber<strong>da</strong>de. Nos adultos, o excesso de hormônio revela uma regressão, um<br />

recuo a um plano que não é mais adequado. Os pacientes não admitem nem<br />

seus esforços de crescimento nem os de luta. Sua pretensão de amadurecer<br />

e crescer de forma especialmente rápi<strong>da</strong> e de vivenciar o máximo possível é<br />

empurra<strong>da</strong> para o corpo, onde se desabafa com o aumento <strong>da</strong> produção de<br />

hormônio. O excesso de hormônio metabólico e de crescimento os deixa<br />

exagera<strong>da</strong>mente sensíveis, volúveis, turbulentos e excessivamente vivazes,<br />

fomentando a angústia de morte. Eles estão tão despertos que não<br />

conseguem mais fechar nem um olho. As pálpebras tremem o dia todo, de<br />

noite eles evitam o sono. A evitação do sono, o irmão menor <strong>da</strong> morte, fecha<br />

o circulo <strong>da</strong> angústia <strong>da</strong> morte. Algumas histórias de doentes levantam a<br />

suspeita de que se trata do medo de terminar a vi<strong>da</strong> antes que ela tenha sido<br />

vivi<strong>da</strong>.<br />

Chama a atenção que as mulheres sejam afeta<strong>da</strong>s cinco vezes mais que<br />

os homens. Isso poderia levar à conclusão de que as possibili<strong>da</strong>des sociais<br />

de crescimento e de realização sejam niti<strong>da</strong>mente piores e, portanto, a<br />

probabili<strong>da</strong>de de que sejam reprimi<strong>da</strong>s seja maior. Além disso, em muitas<br />

pacientes é evidente o desejo de satisfazer seus esforços de crescimento<br />

com a gravidez e, além disso, permitir o crescimento <strong>da</strong> família com adoções<br />

e filhos de criação, o que gera problemas em um ambiente relativamente<br />

hostil às crianças. Alexander fala de "mania de concepção apesar do medo<br />

<strong>da</strong> gravidez". Essa contradição se reflete na tentativa <strong>da</strong>s mulheres afeta<strong>da</strong>s<br />

de, assim, defenderem-se <strong>da</strong> própria angústia de morte, já que dão vi<strong>da</strong> em<br />

outro plano.<br />

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