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A doenca como linguagem da alma.pdf

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prova dos nervos, o menor ruído ou um atraso mínimo, qualquer coisa lhes<br />

dá nos nervos. Justamente neste momento, em que tudo depende do bom<br />

funcionamento de seus circuitos, estes parecem não estar à altura <strong>da</strong> tarefa e<br />

dão a sensação de que vão saltar para fora <strong>da</strong> pele. Isso pode explicitar a<br />

desproteção que se sente e mostra <strong>como</strong> se está próximo de usar os nervos<br />

<strong>como</strong> desculpa.<br />

No comportamento tipicamente nervoso, impregnado de inconstância e<br />

inquietação, mostra-se o desejo de estar em comunicação com tudo ao<br />

mesmo tempo. Na maioria <strong>da</strong>s vezes, então, a hierarquia que existe nas<br />

estruturas de comunicação entra em colapso e coisas relativamente pouco<br />

importantes passam para o primeiro plano enquanto outras coisas mais<br />

substanciais caem vitima <strong>da</strong> perseguição frenética. A pessoa nervosa corre<br />

atrás dos acontecimentos e não é raro que se sinta atropela<strong>da</strong> e supera<strong>da</strong><br />

por eles. Ela, com seu ego e sua necessi<strong>da</strong>de de que tudo gire a seu redor,<br />

encontra-se no meio desse circulo vicioso. Nessa situação de insegurança e<br />

com os nervos totalmente hipertensos, os afetados ro<strong>da</strong>m e sofrem um<br />

colapso nervoso.<br />

E então tudo, de fato, gira em tomo deles. Eles atingiram seu objetivo,<br />

ain<strong>da</strong> que somente no nível médico, à base de extorsão física. A terapia<br />

simples e efetiva tenta mantê-los afastados de to<strong>da</strong>s as coisas às quais eles<br />

atribuem demasia<strong>da</strong> importância para que obtenham paz no exterior e,<br />

sobretudo, no íntimo.<br />

O diagnóstico de colapso nervoso corresponde a um colapso do trânsito<br />

no horário de pico. Os antecedentes, a evolução e o resultado são<br />

comparáveis. Quando todos os automóveis querem ir a to<strong>da</strong> parte,<br />

rapi<strong>da</strong>mente e ao mesmo tempo, desobedecendo por essa razão às regras<br />

do trânsito, logo ninguém vai mais a parte alguma. É provável que todos os<br />

motoristas, individualmente, tenham razões de peso. Mas quando o<br />

cruzamento foi bloqueado, o trânsito não an<strong>da</strong> mais. Instaura-se a c<strong>alma</strong>,<br />

ain<strong>da</strong> que sobre um nível altíssimo de stress. A tentativa de auto-aju<strong>da</strong> do<br />

corpo transcorre de maneira semelhante, já que ele igualmente trata de<br />

conseguir paz quando atinge o ápice <strong>da</strong> tormenta nervosa. Esta c<strong>alma</strong><br />

força<strong>da</strong> tranqüiliza as estruturas sobrecarrega<strong>da</strong>s, contribuindo assim,<br />

substancialmente, para o conseqüente desembaraço do emaranhado que se<br />

havia instaurado. Nem as mas nem as vias nervosas foram seriamente<br />

<strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>s com esse colapso. Em ambos os níveis, o colapso do trânsito<br />

assemelha-se à queima dos fusíveis em um curto-circuito elétrico. Mas isso<br />

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