06.05.2013 Views

A doenca como linguagem da alma.pdf

A doenca como linguagem da alma.pdf

A doenca como linguagem da alma.pdf

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

13<br />

As Pernas<br />

Nossas pernas, juntamente com os pés e as articulações do joelho e do<br />

tornozelo, formam aquelas uni<strong>da</strong>des funcionais que respondem à pergunta:<br />

Como vai, <strong>como</strong> an<strong>da</strong>? Ain<strong>da</strong> que em geral prestemos pouca atenção ao<br />

fato, to<strong>da</strong> a nossa vi<strong>da</strong> descansa sobre as pernas. Responsáveis pelo<br />

movimento no espaço, elas mostram <strong>como</strong> estamos no caminho. A relação<br />

<strong>da</strong>s extremi<strong>da</strong>des inferiores com a reali<strong>da</strong>de concreta é simboliza<strong>da</strong> pelo<br />

contato com o chão. Enquanto os braços estão pendurados no ar, as pernas,<br />

com os dois pés, estão apoia<strong>da</strong>s no chão. Elas deixam ver que postura<br />

assumimos na vi<strong>da</strong> e <strong>como</strong> nos colocamos nela, <strong>como</strong> nos apresentamos e<br />

se somos melindrosos, se somos dissimulados e o que representamos, onde<br />

deturpamos e o que formamos. O posicionamento é algo central, e a maneira<br />

<strong>como</strong> nos posicionamos em relação à vi<strong>da</strong> decide <strong>como</strong> nos sentimos nela. A<br />

postura pessoal mostra se estamos a caminho na vi<strong>da</strong> unicamente sozinhos<br />

ou a dois. Os adolescentes, que ain<strong>da</strong> não se firmaram e ain<strong>da</strong> estão em<br />

movimento, an<strong>da</strong>m juntos.<br />

Assim <strong>como</strong> os braços, as pernas também tendem a conservar energia<br />

cinética não converti<strong>da</strong>. Impulsos de fuga bloqueados encarnam-se em<br />

tensões, impulsos de luta rejeitados em cãibras, uma postura indolente<br />

encarna-se na musculatura correspondente. Há tantos tipos de perna <strong>como</strong><br />

há pessoas e pontos de vista. Apesar disso, é possível reconhecer<br />

determinados padrões recorrentes. Não é por acaso que falamos de<br />

extremi<strong>da</strong>des, já que são elas que nos põem em contato com os extremos <strong>da</strong><br />

proximi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> distância. Sua tarefa é son<strong>da</strong>r os extremos.<br />

Pernas maciças e musculosas, que tendem a manter-se algo afasta<strong>da</strong>s<br />

uma <strong>da</strong> outra devido às massas de músculos que colidem ao caminhar,<br />

permitem entrever uma personali<strong>da</strong>de semelhante. Apesar de to<strong>da</strong> a sua<br />

força, a mobili<strong>da</strong>de espontânea e mu<strong>da</strong>nças bruscas não são seu forte. O<br />

an<strong>da</strong>r rígido, robótico, dá forçosamente uma impressão de esforço. A<br />

mobili<strong>da</strong>de fluente e flexível é substituí<strong>da</strong> pela força robusta. Se a isso se<br />

somam ain<strong>da</strong> os maciços pés correspondentes, está pronto o elefante na loja<br />

de porcelana.<br />

335

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!