06.05.2013 Views

A doenca como linguagem da alma.pdf

A doenca como linguagem da alma.pdf

A doenca como linguagem da alma.pdf

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A temática <strong>da</strong> liberação <strong>da</strong> pressão acumula<strong>da</strong> se reflete também na<br />

emissão involuntária de urina. A bexiga é o órgão com o qual reagimos <strong>da</strong><br />

maneira mais sensível à pressão a cuja altura não estamos, animicamente<br />

falando. Nós a utilizamos em to<strong>da</strong>s as ocasiões possíveis para eclipsar-nos e<br />

aliviar a opressão acumula<strong>da</strong> em um lugarzinho tranqüilo e sem<br />

confrontação.<br />

Após a luta inicial, a imagem do ataque mostra um relaxamento em to<strong>da</strong> a<br />

linha de batalha, e então entra em cena o intestino com a igualmente<br />

involuntária evacuação. As fezes provêm diretamente do submundo do<br />

corpo, aquele país de sombras em que reina Plutão-Hades, o deus do Reino<br />

dos Mortos. Visto dessa maneira, neste sintoma há a exigência de aliviar-se<br />

com to<strong>da</strong> a sinceri<strong>da</strong>de e em público, sem vergonha e consideração em<br />

relação a seu mundo de sombras. Os escuros temas estancados aqui<br />

conseguem com o ataque a luz pública que de outra maneira lhes é<br />

veementemente nega<strong>da</strong> devido a seu conteúdo simbólico profundo.<br />

Finalmente, devemos reconhecer também nesse sintoma a exigência de<br />

deixar tudo o que é material sob e atrás de si. O conjunto nos dá uma<br />

imagem de desinibição, uma desinibição que não tem a mínima chance na<br />

vi<strong>da</strong> do afetado fora do ataque. Testemunho contrário disso, por exemplo, é a<br />

caligrafia pe<strong>da</strong>nte de muitos epilépticos, que mostra uma ordem impregna<strong>da</strong><br />

de aprumo.<br />

A para<strong>da</strong> inicial <strong>da</strong> respiração, a chama<strong>da</strong> apnéia, permite supor que o<br />

estado forçado pelo ataque não é deste mundo. A respiração é uma clara<br />

expressão de nossa ligação com a polari<strong>da</strong>de, o mundo dos contrários. Os<br />

dois pólos <strong>da</strong> inspiração e <strong>da</strong> expiração nos acorrentam a ela do primeiro ao<br />

último fôlego. Antes do primeiro ain<strong>da</strong> não estamos realmente neste mundo,<br />

com o último precisamos deixá-lo. Modernas pesquisas sobre a morte<br />

revelam que pessoas em estado de morte aparente, quando portanto não<br />

mais respiram, têm experiências que coincidem assombrosamente entre si<br />

mas que, por outro lado, não são deste mundo58 . A pesquisa de pessoas em<br />

meditação profun<strong>da</strong> resultou em que experiências extracorpóreas em outros<br />

mundos espirituais estão relaciona<strong>da</strong>s a períodos de suspensão <strong>da</strong><br />

respiração.<br />

Nisso encaixam-se também as pupilas dilata<strong>da</strong>s que não reagem,<br />

comportando-se praticamente <strong>como</strong> na morte. O fato de elas estarem<br />

dilata<strong>da</strong>s, <strong>como</strong> se escancara<strong>da</strong>s de terror, pode indicar, assim <strong>como</strong> o grito<br />

inicial que às vezes ocorre, que bem no início os pacientes têm uma visão<br />

212

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!