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digital - Comunidade Virtual de Antropologia

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Esse obscuro objeto da pesquisa<br />

Nota bibliográfica: Cenas da vida acadêmica<br />

A maior parte do que foi dito se inspira na minha experiência pessoal aos dois<br />

lados da fronteira, como aluno e como professor. À diferença do ambiente<br />

nativo da pesquisa, que tem sido objeto <strong>de</strong> intermináveis discussões, seu<br />

ambiente acadêmico não chegou a se constituir num tema <strong>de</strong> atenção<br />

continuada; permanece, quem sabe se afortunadamente, como um limite da<br />

reflexivida<strong>de</strong>.<br />

Uma exceção <strong>de</strong> interesse é o Dossiê Orientação, organizado por Miriam<br />

Grossi para a revista ILHA, e que inclui sete artigos sobre a orientação<br />

propriamente dita e sobre aspectos correlatos da pesquisa nos arredores do<br />

gabinete: VELHO e outros 2004.<br />

É claro que relatos e reflexões sobre o meio acadêmico proliferam nas<br />

histórias da antropologia. Vejam-se, em especial, os numerosos volumes<br />

organizados por George Stocking, e, para o caso brasileiro, por Mariza<br />

CORRÊA 2003 e 1995. Devem se incluir nesse capítulo os numerosos textos<br />

memoriais que encontraremos nas revistas especializadas, e em particular<br />

-embora nesse caso o relato costume ser exageradamente otimista- nos<br />

necrológios. Especialmente expressivo, por traçar perfis fundadores<br />

<strong>de</strong>stinados a se perpetuar como tipos, é o bem conhecido Antropólogos e<br />

antropologia, <strong>de</strong> Adam Kuper, com seus apimentados comentários sobre os<br />

arredores <strong>de</strong> figuras como Radcliffe-Brown ou Malinowski.<br />

Gran<strong>de</strong> parte do capítulo está inspirado no que apresenta Umberto Eco no seu<br />

manual já tantas vezes citado. Os trabalhos <strong>de</strong> Le Goff sobre a Universida<strong>de</strong><br />

e o mundo dos intelectuais da Ida<strong>de</strong> Média foram lidos muito antes <strong>de</strong><br />

escrever este tratado e sem dúvida <strong>de</strong>ixaram nele uma longa herança.<br />

O tema da autoria e a proprieda<strong>de</strong> intelectual é um dos mais cruciais da<br />

contemporaneida<strong>de</strong>. No meio antropológico, esse tópico foi praticamente<br />

monopolizado por reflexões sobre os direitos intelectuais nativos, e não<br />

conheço reflexõs simétricas sobre a sua aplicação na ativida<strong>de</strong> dos cientistas:<br />

veja-se o meu artigo <strong>de</strong> 2013. Sobre o tema das citações é <strong>de</strong> interesse a<br />

abordagem crítica <strong>de</strong> MATTOS 2012<br />

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