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digital - Comunidade Virtual de Antropologia

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Oscar Calavia Sáez<br />

Teoria, Métodos E Técnicas<br />

Epistemología<br />

A epistemologia <strong>de</strong>ste livro é uma epistemologia <strong>de</strong> uso imediato.<br />

Quem queira encontrar discussões mais finas e completas <strong>de</strong>verá<br />

buscá-las nos livros, não escassos, dos epistemólogos. Isto não é um<br />

protesto <strong>de</strong> modéstia. Qualquer cientista fará muito bem em ler esses<br />

livros, mas na hora <strong>de</strong> fazer ciência <strong>de</strong>verá contentar-se com uma<br />

epistemologia <strong>de</strong> almanaque. Caso contrário, po<strong>de</strong>rá incorrer num dos<br />

modos menos interessantes <strong>de</strong> não fazer ciência, a saber, falar<br />

interminavelmente <strong>de</strong>sse propósito.<br />

TMT<br />

A sigla TMT vale por Teoria, Método e Técnicas. Em geral me<br />

referirei a cada um dos seus componentes por separado. Mas, por<br />

<strong>de</strong>scontado, quando se faz pesquisa, os três vão necessariamente juntos.<br />

Separá-los é pertinente só em gran<strong>de</strong>s ocasiões como esta, quando se<br />

fala da pesquisa. E, às vezes, uma molesta confusão entre eles se <strong>de</strong>ixa<br />

sentir precisamente nos programas <strong>de</strong> disciplinas que tratam do<br />

assunto, isto é, nos discursos que <strong>de</strong>veriam mostrar sua articulação.<br />

Articulação não é amálgama: exige uma diferença. Tentemos <strong>de</strong>finir<br />

essa diferença.<br />

Técnicas<br />

Uma etimologia não vale por uma semântica: o significado original<br />

<strong>de</strong> um termo não é necessariamente –quase nunca é-, sua melhor<br />

<strong>de</strong>finição. No entanto, é raro que ela não sirva para por em questão<br />

alguns pressupostos do significado atual. Uma etimologia confronta<br />

um termo com as metáforas que serviram para cunha-lo, e, fazendo a<br />

história do termo, esclarece as possibilida<strong>de</strong>s que foram <strong>de</strong>scartadas até<br />

que ele chegasse a significar o que agora significa.<br />

No caso que nos ocupa, sabemos que tekné –a origem da nossa<br />

“técnica”-, é a palavra grega que foi traduzida ao latim por ars, a nossa<br />

arte. Po<strong>de</strong>mos ver assim que há uma i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> princípio entre<br />

palavras que com o tempo tem adquirido sentidos opostos. A arte tem<br />

se inclinado para o lado da espontaneida<strong>de</strong>, a imaginação e a incerteza<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a técnica (recuperada do grego para novos usos), tem<br />

passado a conotar o aprendido, o mecânico e o previsível.<br />

Mas essa separação é muito precária, mesmo agora quando já<br />

somos capazes <strong>de</strong> conceber uma arte sem técnica (veja-se a valorização<br />

das obras <strong>de</strong> arte “espontâneas”) e uma técnica sem arte (boa parte das<br />

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