22.06.2015 Views

digital - Comunidade Virtual de Antropologia

digital - Comunidade Virtual de Antropologia

digital - Comunidade Virtual de Antropologia

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Esse obscuro objeto da pesquisa<br />

qualida<strong>de</strong> ética, ou pior, em prol <strong>de</strong> sua qualida<strong>de</strong> ética, é uma<br />

contradição nos termos.<br />

5. As questões éticas são parte constitutiva do método, pois<br />

impõem certas condições à pesquisa. Sendo parte, não po<strong>de</strong>m<br />

substituí-lo. Para que uma pesquisa seja boa, não basta que ela<br />

seja do bem.<br />

6. Variante do anterior: a lisura ética <strong>de</strong> uma pesquisa não é<br />

garantia <strong>de</strong> que ela seja interessante; é <strong>de</strong>ver do pesquisador<br />

conseguir que não seja garantia do contrario.<br />

7. Não é provável que o pesquisador, ao fazer sua equipagem<br />

para o campo, possa tirar do armário uma ética que não usou<br />

durante anos nas relações com colegas –alunos, professores e<br />

outros seres próximos. A ética in partibus é um objeto muito<br />

discutível.<br />

8. Em que pese ao infinito prestígio que nos dias <strong>de</strong> hoje se<br />

atribui à ação (sintetizado na fórmula “qualquer coisa tem que<br />

ser feita”), abster-se continua sendo uma ação, e uma das mais<br />

raras neste mundo hiperativo. No âmbito que nos interessa,<br />

não pesquisar é sempre uma possibilida<strong>de</strong>, que sempre é<br />

eticamente preferível a fazer qualquer coisa.<br />

111

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!