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Estudos de Cinema e Audiovisual

AnaisDeTextosCompletos(XIX)

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do roteiro, se juntou a eles Jô Soares, que vinha <strong>de</strong> uma bem sucedida experiência <strong>de</strong> ator nas<br />

chanchadas e roteirista <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> humor. O processo<br />

foi acompanhado <strong>de</strong> perto pelos<br />

produtores do filme, a agência publicitária Magaldi, Maia & Prosperi, que <strong>de</strong>tinha a marca e o<br />

patrocínio do programa musical exibido aos domingos na TV Record. O elenco, além do Roberto<br />

Carlos, Erasmo e Wan<strong>de</strong>rléia, seria composto por Débora Duarte, naquele momento já bastante<br />

conhecida do público por seu trabalho na televisão, pela então novata Vera Viana, pelo ator saído dos<br />

palcos do teatro Oficina Francisco Martins e por outros companheiros musicais da Jovem Guarda,<br />

como Jorge Ben, Renato e seus Blue Caps e The Jet Blacks. 4<br />

Uma coletiva <strong>de</strong> imprensa ocorreu na noite <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1966 para anunciar<br />

publicamente a produção da película. Conforme as <strong>de</strong>clarações dadas pela equipe produtora aos<br />

jornalistas, o início das filmagens estava previsto para o mês <strong>de</strong> maio daquele ano, com duração <strong>de</strong><br />

aproximadamente 45 dias <strong>de</strong> trabalho nos estúdios. Aquela própria coletiva integraria uma das<br />

sequências do filme. As filmagens começaram antes mesmo que o roteiro estivesse plenamente<br />

concluído, porém, divergências entre os diversos profissionais envolvidos no projeto levaram à<br />

interrupção <strong>de</strong>finitiva dos trabalhos.<br />

O projeto <strong>de</strong> um filme pop<br />

Sempre lembrado pelo monumental São Paulo S/A, Luis Sérgio Person poucas vezes foi<br />

analisado na aca<strong>de</strong>mia a partir <strong>de</strong> seus outros projetos cinematográficos. Uma das poucas exceções<br />

é o trabalho <strong>de</strong> Laura Cánepa (2009), “O Saci e Procissão dos Mortos – auto-referência fantástica no<br />

cinema paulista”. Nesse texto, ao i<strong>de</strong>ntificar o filme Procissão dos Mortos, dirigido por Person, em<br />

1968, ao gênero fantástico, a autora apontava para as estratégias utilizadas pelo diretor para<br />

estabelecer uma ligação entre as possibilida<strong>de</strong>s do cinema <strong>de</strong> horror e o cinema político, formas que<br />

naquele momento eram vistas como opostas na produção cinematográfica brasileira.<br />

Essa combinação <strong>de</strong> “formas opostas” é i<strong>de</strong>ntificada também no roteiro <strong>de</strong> SSS Contra a<br />

Jovem Guarda. E nesse caso, a mistura se dá na inserção <strong>de</strong> elementos estéticos do cinema<br />

4 Conforme notícias publicadas nos jornais Última Hora <strong>de</strong> 07.04.1966, p. 8; 13.04.1966, p. 8; 15.04.1966, p. 8;<br />

16.04.1966, p. 8; 20.06.1966, p. 6; 27.04.1966, p. 8 e 28.04.1966, p. 8; e Folha <strong>de</strong> S. Paulo, 10.06.1966.<br />

Recortes disponíveis no acervo da <strong>Cinema</strong>teca Brasileira.<br />

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