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Estudos de Cinema e Audiovisual

AnaisDeTextosCompletos(XIX)

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Já a primeira conversa <strong>de</strong> Amy com Josh é bastante frontal, o que indica certo enfrentamento<br />

entre os dois, o que se acentua pelo tom da discussão. No segundo diálogo, Amy aparece em um<br />

enquadramento mais baixo, <strong>de</strong>notando a superiorida<strong>de</strong> e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Josh. O tom <strong>de</strong> voz <strong>de</strong>le logo<br />

confirma o que está na imagem. O plano também é mais fechado em Amy.<br />

Os últimos vinte minutos do filme, em que as imagens da câmera <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o <strong>de</strong> Amy são<br />

reveladas, a tensão e o terror se elevam – esse trecho inclusive foi refutado pela crítica por<br />

apresentar cenas <strong>de</strong> estupro e tortura envolvendo adolescentes. Temos um típico found footage <strong>de</strong><br />

horror no uso da câmera <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, se é que po<strong>de</strong>mos usar essa <strong>de</strong>nominação. A frieza<br />

computacional antecipa o <strong>de</strong>sfecho trágico.<br />

Megan is Missing é didático na exploração dos artefatos: no começo, há uma ênfase na<br />

exploração da imagem via celular e webcam. Quando Megan <strong>de</strong>saparece, entram em cena a câmera<br />

<strong>de</strong> vigilância, a reportagem televisiva e o ví<strong>de</strong>o, manuseado pela amiga Amy. Após o<br />

<strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong>la, o ví<strong>de</strong>o é o que resta, <strong>de</strong>sta vez pelo olhar do assassino.<br />

Ritual macabro pela tela do computador<br />

A História <strong>de</strong> Collingswood se inicia com uma simulação <strong>de</strong> interface computacional,<br />

apresentando uma conversa entre um casal, Rebecca (Stephanie Dees) e John (Johnny Burton). A<br />

jovem está em Collingswood (EUA) para estudar e conversa todas as noites com o namorado por<br />

webcam. No entanto, ela <strong>de</strong>scobre que a casa para a qual recém se mudou teria sido habitada por<br />

integrantes <strong>de</strong> uma seita satânica.<br />

Planos fixos, poucos movimentos <strong>de</strong> câmera são a marca do filme na simulação do uso <strong>de</strong><br />

webcam, que estabelece um jogo <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> vista perceptível pela caracterização dos <strong>de</strong>sktops<br />

das personagens.<br />

Em um trecho da obra, ocorre uma sessão espírita pelo computador, quando Rebecca toca a<br />

tela para fazer contato com uma vi<strong>de</strong>nte que se aproxima do aparelho. Durante a revelação da<br />

mulher, o plano fecha, um recurso convencional do cinema. Um som estranho surge e torna ainda<br />

mais tensa a informação acerca da casa on<strong>de</strong> a jovem está. John observa a namorada dormir pela<br />

webcam como forma <strong>de</strong> acalmá-la após a revelação. Existe uma falsa sensação <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong><br />

ocasionada pela máquina.<br />

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