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Estudos de Cinema e Audiovisual

AnaisDeTextosCompletos(XIX)

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sofreram e as transformações pelas quais passaram também as ambiências em seu <strong>de</strong>rredor. Não<br />

conseguiram conservar, no entanto, na gran<strong>de</strong> maioria dos casos, sua estrutura física original.<br />

Com en<strong>de</strong>reços, arquiteturas, públicos e estatísticas variadas, não po<strong>de</strong>mos negar que os<br />

cinemas <strong>de</strong> rua viveram anos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> sucesso entre as décadas <strong>de</strong> 1920 e 1950. Porém, quase<br />

cem anos <strong>de</strong>pois do primeiro estabelecimento exibidor <strong>de</strong>sse tipo ser erguido no Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

contamos raríssimas salas <strong>de</strong>ntre as sobreviventes nos passeios públicos urbanos do Estado.<br />

Aquelas salas se transmutaram. A arquitetura dos cinemas se modificou drasticamente. Um novo<br />

cinema emerge para o homem contemporâneo. Um processo <strong>de</strong> apagamento que traz<br />

consequências para a cida<strong>de</strong>, a sociabilida<strong>de</strong> e a própria exibição cinematográfica.<br />

Alguns tem falado ultimamente num improvável movimento <strong>de</strong> retorno dos cinemas <strong>de</strong> rua no<br />

Estado. Esse fôlego parece estar vindo mesmo das novas reestruturações urbanas, <strong>de</strong> um Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro que se prepara para gran<strong>de</strong>s eventos mundiais, e que tem jeito <strong>de</strong> estar ensejando ainda um<br />

aumento da circulação (e permanência) <strong>de</strong> pessoas nas ativida<strong>de</strong>s essencialmente urbanas.<br />

Iniciativas <strong>de</strong> revitalização <strong>de</strong> espaços, a força da comunida<strong>de</strong> local, o potencial do comércio próximo,<br />

as opções disponibilizadas para entretenimento na região, a intervenção do po<strong>de</strong>r público esses e<br />

outros fatores <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados numa perspectiva <strong>de</strong> sobrevivência <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas<br />

estruturas em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outras presentes na malha urbana fluminense. Essa discussão ganhou<br />

incentivo ainda a partir do <strong>de</strong>creto que regulamentou o <strong>Cinema</strong> Perto <strong>de</strong> Você e o Recine. A partir daí<br />

começaram a surgir notícias sobre a volta <strong>de</strong> alguns ex-cinemas <strong>de</strong> rua por intermédio <strong>de</strong> uma<br />

parceria entre diferentes esperas do po<strong>de</strong>r público e da iniciativa privada. Porém, parece que esses<br />

primeiros possíveis entendimentos caminham a passos lentos e no sentido da transformação <strong>de</strong>sses<br />

espaços em centros culturais ou em complexos cinematográficos multissalas.<br />

A prefeitura do Rio <strong>de</strong> Janeiro chegou a anunciar, em 2012, um programa <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong><br />

cinco cinemas <strong>de</strong> rua na Zona Norte – os cines Rosário (em Ramos), Guaraci (em Rocha Miranda),<br />

Madureira, Vaz Lobo e Olaria –, mas os projetos já elaborados pela Riofilme <strong>de</strong>ntro da iniciativa<br />

CineCarioca aguardam sanção do Prefeito Eduardo Paes há mais <strong>de</strong> dois anos. Cinco cinemas <strong>de</strong><br />

rua parecem estar por nascer também – através do programa do <strong>Cinema</strong> da Cida<strong>de</strong> – em Cor<strong>de</strong>iro,<br />

Saquarema, São Fidélis, São Pedro D’Al<strong>de</strong>ia e Rio Bonito (CULTURA.RJ, 2013). Enquanto isso, a<br />

iniciativa privada do empresário Omar Peres preten<strong>de</strong> inaugurar, até o final 2015, um cinema na<br />

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