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Estudos de Cinema e Audiovisual

AnaisDeTextosCompletos(XIX)

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têm formatado <strong>de</strong> maneira diversificada a representação do espaço urbano na pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>.<br />

Esta última caracterizada atualmente pelo caos, pela confusão, <strong>de</strong>sorientação dos sentidos, e<br />

consequente atomização da comunicação que continua a persistir no imaginário oci<strong>de</strong>ntal.<br />

Esse imaginário cada vez mais globalizado (Gomes, 2008) é acionado para “vestir a cida<strong>de</strong>”<br />

complementando-a com narrativas no propósito <strong>de</strong> torná-la legível, <strong>de</strong> fazê-la significar, em um tempo<br />

em que as palavras <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m que caracterizam a cida<strong>de</strong> são “fragmentação, isolamento e<br />

guetificação, tanto dos espaços como das relações sociais que aí se manifestam” (Gomes, 2008,<br />

p.63).<br />

É nessa direção que gostaria <strong>de</strong> discutir a visibilida<strong>de</strong> cinematográfica da experiência urbana<br />

na metrópole contemporânea que se consagrou através do cinema narrativo, fazendo evoluir não<br />

apenas uma construção da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> associada às gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s mas também à<br />

noção contemporânea <strong>de</strong> pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> que se baseia numa estética urbana construída por<br />

visibilida<strong>de</strong>s fílmicas do urbano mo<strong>de</strong>rno que se reelabora no contexto do uso <strong>de</strong> novas tecnologias<br />

da imagem disponibilizadas como alternativa.<br />

O cinema narrativo, aquele que tem como principal objetivo produzir sentido pelo texto e/ou<br />

subtextos que constroem os discursos fílmicos, têm o seu formato e estética alterados ao longo do<br />

tempo não apenas no que diz respeito às temáticas que encantam e seduzem os produtores,<br />

diretores, artistas envolvidos com a produção <strong>de</strong> cinema, e os espectadores, mas também em<br />

conjunção com a prática <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> criação e busca eterna por inovações no plano<br />

tecnológico que acabam condicionando a percepção do espectador.<br />

Vários autores já discutiram sobre a diminuição das distâncias e tempos, proporcionada pelas<br />

tecnologias <strong>de</strong> transporte e informação. Nesse plano as diferenças tornam-se mais próxima, <strong>de</strong>finem<br />

e re<strong>de</strong>finem novos cenários a todo instante. Para o sujeito cosmopolita especialmente, a tecnologia é<br />

quase tão importante quanto o espaço em que habita - a metrópole -, pois ela representa gran<strong>de</strong><br />

parte do repertório que o distingue daquele que não habita tal espaço urbano (Prysthon, 2008). Nesse<br />

contexto, surgem uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s/metrópoles como “efeito <strong>de</strong> sentidos”: imaginadas,<br />

representadas, resignificadas, percebidas, esquecidas, saqueadas, erguidas, estruturadas,<br />

veiculadas pelas mídias. Como <strong>de</strong>staca Rocha (2008):<br />

Nas cida<strong>de</strong>s-mídia caminha-se do espetáculo para a introjeção dos<br />

artifícios. Estetização da cultura. Musealização do urbano. Mas também<br />

explosão em cascata <strong>de</strong> imagens-mundo, multiplicação das miradas,<br />

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