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Estudos de Cinema e Audiovisual

AnaisDeTextosCompletos(XIX)

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<strong>Cinema</strong>, pintura e o mo<strong>de</strong>rnismo combativo <strong>de</strong> Peter Watkins 1<br />

<strong>Cinema</strong>, Painting, and the Militant Mo<strong>de</strong>rnism of Peter Watkins<br />

Marcos Fabris 2 (Doutor – Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo)<br />

Resumo:<br />

O texto almeja explorar as afinida<strong>de</strong>s eletivas entre cinema e artes plásticas no filme Edvard Munch,<br />

<strong>de</strong> Peter Watkins. O cineasta investiga os parentescos formais entre pintura mo<strong>de</strong>rna europeia e<br />

cinema contemporâneo, elegendo Munch como um “farol” para suas reflexões. Ao resgatar certas<br />

formas caras ao mo<strong>de</strong>rnismo mais combativo, Watkins revisita inúmeras categorias crítico-avaliativas<br />

para sugerir uma nova – e mais produtiva – relação com o espectador.<br />

Palavras-chave:<br />

<strong>Cinema</strong>, Pintura, Edvard Munch, Peter Watkins.<br />

Abstract:<br />

The text intends to explore the elective affinities between cinema and fine arts consi<strong>de</strong>ring the film<br />

Edvard Munch, by Peter Watkins. The moviemaker investigates the formal relations between mo<strong>de</strong>rn<br />

European painting and contemporary cinema, electing Munch as an icon for reflection. Watkins<br />

“rescues” a number forms <strong>de</strong>ar to Mo<strong>de</strong>rnism and by doing so revisits several critical categories in<br />

or<strong>de</strong>r to suggest a new and more productive relationship with the spectator.<br />

Keywords:<br />

<strong>Cinema</strong>, Painting, Edvard Munch, Peter Watkins.<br />

O filme Edvard Munch, <strong>de</strong> 1976, <strong>de</strong> Peter Watkins não é outra cinebiografia <strong>de</strong>dicada à<br />

hagiografia do retratado. Percebe-se uma intenção artística consciente do diretor, qual seja, a<br />

pretensão <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar e explorar as afinida<strong>de</strong>s eletivas entre artes plásticas e cinema, reclamandoas<br />

para um campo imantado <strong>de</strong> tensões artísticas que não são menos políticas.<br />

Em seu décimo segundo filme, concebido originalmente como uma mini-série coproduzida<br />

pelas televisões estatais norueguesas e suecas, a ser exibida em três partes, o cineasta investiga os<br />

parentescos formais entre a pintura mo<strong>de</strong>rna europeia e o fazer cinematográfico contemporâneo. Em<br />

solo escandinavo, a pintura <strong>de</strong> Munch será um “farol” para suas reflexões sobre o que consi<strong>de</strong>ra ser a<br />

tarefa do fazer artístico consequente num cenário <strong>de</strong> crise global. Nestes termos, Watkins recolherá e<br />

1 Trabalho apresentado no XIX Encontro Socine <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> <strong>de</strong> <strong>Cinema</strong> e <strong>Audiovisual</strong> na sessão Perspectivas<br />

(pós) autorais.<br />

2 Marcos Fabris é doutor pela FFLCH USP com pós-doutorado na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Columbia (Nova York),<br />

Université Paris Ouest Nanterre (Paris), MAC USP e FFLCH USP (São Paulo). Suas publicações e palestras<br />

mais significativas incluem reflexões sobre pintura francesa do século XIX e fotografia europeia, norte-americana<br />

e latino-americana dos séculos XIX e XX.<br />

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