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Estudos de Cinema e Audiovisual

AnaisDeTextosCompletos(XIX)

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indicada pelo roteiro (ou outra fonte textual) e pela direção, e a sua expressão na plasticida<strong>de</strong> da<br />

imagem fílmica ou televisiva.<br />

Em uma produção audiovisual, o diretor <strong>de</strong> arte é o profissional responsável por coor<strong>de</strong>nar toda<br />

a equipe do Departamento <strong>de</strong> Arte e principalmente por conceber e executar o projeto <strong>de</strong> arte: uma<br />

sistematização dos conceitos e <strong>de</strong>terminações técnicas que vão orientar todo o processo <strong>de</strong> criação<br />

da visualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma narrativa fílmica ou televisiva, em alinhamento aos prazos estabelecidos no<br />

cronograma e às limitações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m orçamentária; e que compreen<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>finição da paleta<br />

<strong>de</strong> cores, alinhada ao <strong>de</strong>senho da luz, até o planejamento técnico da cenografia, do figurino, da<br />

maquiagem - conceitualmente ampliada pelo termo visagismo (maquiagem, cabelo e gestualida<strong>de</strong>) -<br />

e dos efeitos especiais. Como <strong>de</strong>fine Vera Hamburger (2014, p.18):<br />

Quando falamos em direção <strong>de</strong> arte, estamos referindo-nos à concepção do<br />

ambiente plástico <strong>de</strong> um filme, compreen<strong>de</strong>ndo que este é composto tanto<br />

pelas características formais do espaço e objetos quanto pela<br />

caracterização das figuras em cena. A partir do roteiro, o diretor <strong>de</strong> arte<br />

baliza as escolhas sobre a arquitetura e os <strong>de</strong>mais elementos cênicos,<br />

<strong>de</strong>lineando e orientando os trabalhos <strong>de</strong> cenografia, figurino, maquiagem e<br />

efeitos especiais. Colabora, assim, em conjunto com o diretor e o diretor <strong>de</strong><br />

fotografia, na criação <strong>de</strong> atmosferas particulares a cada novo filme e na sua<br />

impressão <strong>de</strong> significados visuais que extrapolam a narrativa.<br />

Segundo Hamburger (2014), a primeira creditação da direção <strong>de</strong> arte no cinema brasileiro se<br />

<strong>de</strong>u no filme O Beijo da Mulher Aranha (1985), <strong>de</strong> Hector Babenco, no qual a função foi assinada pelo<br />

diretor <strong>de</strong> arte Clóvis Bueno, a cenografia por Felippe Crescentti e o figurino por Patrício Bisso.<br />

Anteriormente, as <strong>de</strong>mandas relacionadas à concepção da materialida<strong>de</strong> e visualida<strong>de</strong> fílmicas eram<br />

exercidas e creditadas principalmente aos cenógrafos, que podiam atuar tanto na criação <strong>de</strong><br />

cenários, quanto na produção <strong>de</strong> figurino e <strong>de</strong> maquiagem. Na televisão, apesar <strong>de</strong> até hoje a<br />

instituição da direção <strong>de</strong> arte nas produções não ser uma constante, já há um registro <strong>de</strong> creditação à<br />

função na novela Os Imigrantes <strong>de</strong> 1981, produzida e veiculada pela Re<strong>de</strong> Ban<strong>de</strong>irantes. Na obra, os<br />

trabalhos <strong>de</strong> direção <strong>de</strong> arte, cenografia e figurino são assinados conjuntamente por Gianni Ratto,<br />

Augusto Francisco e Luiz Fernando Pereira. Contudo, acreditamos que a maior adoção e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento dos processos da função se <strong>de</strong>ram <strong>de</strong> fato nas produções cinematográficas, cujos<br />

processos têm fortes influências na indústria televisiva.<br />

Apesar <strong>de</strong> assinaladas, as distinções formais entre as linguagens do cinema e da televisão não<br />

<strong>de</strong>terminam, porém, uma diferença conceitual da direção <strong>de</strong> arte, já que em ambos os meios a função<br />

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