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tênues do que se esperaria, se consideradas tão somente suas distâncias, o<br />

astrônomo holandês Jacobus Cornelius Kapteyn identificou o culpado em<br />

1909. Em dois artigos de pesquisa, ambos intitulados “Sobre a absorção da<br />

luz no espaço”, [2] Kapteyn apresentou evidências de que as nuvens escuras<br />

– seu “meio interestelar” recém-descoberto – não só bloqueavam a luz das<br />

estrelas, como também o faziam de forma irregular através do arco-íris de<br />

cores no espectro de uma estrela: elas absorvem e dispersam, e portanto<br />

atenuam, a luz na extremidade violeta do espectro visível com mais eficácia<br />

do que atuam sobre a luz vermelha. Essa absorção seletiva remove<br />

preferencialmente mais luz violeta que vermelha, fazendo as estrelas<br />

distantes parecerem mais vermelhas que as próximas. A medida desse<br />

avermelhamento interestelar aumenta em proporção à quantidade total de<br />

material que a luz encontra no seu percurso até nós.<br />

O hidrogênio e o hélio comuns, os principais componentes das nuvens de<br />

gás cósmicas, não avermelham a luz. Mas as moléculas feitas de muitos<br />

átomos o fazem – especialmente aquelas que contêm os elementos carbono e<br />

silício. Quando as partículas interestelares se tornam grandes demais para<br />

serem chamadas de moléculas, com centenas de milhares ou milhões de<br />

átomos individuais em cada uma delas, nós as chamamos de poeira. A<br />

maioria de nós conhece poeira na variedade existente em nossas casas,<br />

embora poucos se deem ao trabalho de saber que, numa casa fechada, a<br />

poeira consiste principalmente em células de pele humana morta e<br />

desprendida (mais caspa do animal de estimação, se houver um ou mais<br />

mamíferos morando na casa). Pelo que se sabe, a poeira cósmica não contém<br />

epiderme de ninguém. Entretanto, a poeira interestelar inclui realmente um<br />

conjunto extraordinário de moléculas complexas, que emitem fótons<br />

principalmente nas regiões infravermelha e de micro-onda do espectro. Os<br />

astrofísicos não tinham bons telescópios de micro-ondas antes da década de<br />

1960, nem telescópios infravermelhos eficazes antes da década de 1970.<br />

Uma vez criados esses instrumentos de observação, eles puderam investigar a<br />

verdadeira riqueza química do material que existe entre as estrelas. Durante<br />

as décadas que se seguiram a esses avanços tecnológicos, surgiu uma<br />

descrição fascinante e intricada do nascimento de uma estrela.<br />

Nem todas as nuvens de gás vão formar estrelas em todas as épocas. Com<br />

muita frequência, uma nuvem se descobre confusa quanto ao que fazer a<br />

seguir. Na realidade, os astrofísicos são os confusos aqui. Sabemos que uma<br />

nuvem interestelar “quer” colapsar sob sua própria gravidade para criar uma<br />

ou mais estrelas. Mas a rotação da nuvem, bem como os efeitos dos<br />

movimentos turbulentos do gás dentro da nuvem, se opõem a esse resultado.<br />

Oposição também exercida pela pressão do gás, a respeito da qual você<br />

aprendeu na aula de química na escola secundária. Os campos magnéticos<br />

também podem se contrapor ao colapso. Eles penetram na nuvem e<br />

restringem os movimentos de quaisquer partículas carregadas e errantes ali<br />

contidas, oferecendo resistência à compressão e, assim, impedindo a maneira<br />

como a nuvem pode reagir à sua própria gravidade. A parte assustadora desse

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