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entre todas as luas do sistema solar? A Lua também se formou a partir de<br />

colisões planetesimais, como os quatro planetas internos?<br />

Essa parecia uma suposição razoável até que os humanos trouxeram<br />

rochas lunares para a Terra a fim de serem detalhadamente examinadas. Há<br />

mais de três décadas, a composição química das amostras de rochas trazidas<br />

pelas missões Apollo impuseram duas conclusões, uma para cada lado das<br />

possibilidades para a origem da Lua. Por um lado, a composição dessas rochas<br />

da Lua se parece tanto com a das rochas sobre a Terra que a hipótese de que<br />

nosso satélite tenha se formado inteiramente separado de nosso planeta já<br />

não parece defensável. Por outro lado, a composição da Lua difere da<br />

apresentada pela Terra o suficiente para provar que a Lua não se formou<br />

inteiramente de material terrestre. Mas se a Lua não se formou separada da<br />

Terra, nem foi feita com material da Terra, como é que ela se formou?<br />

A presente resposta a esse enigma, por mais que possa parecer<br />

surpreendente na sua superfície, é construída sobre uma hipótese outrora<br />

popular de que a Lua se formou como o resultado de um impacto gigantesco,<br />

bem no início da história do sistema solar, que escavou e retirou material da<br />

Bacia do Pacífico e arremessou-o ao espaço, onde ele coalesceu para formar<br />

nosso satélite. Sob a nova perspectiva, que já ganhou ampla aceitação como a<br />

melhor explicação existente, a Lua se formou realmente como resultado de um<br />

objeto gigantesco que colidiu com a Terra, mas o objeto que bateu na Terra<br />

era tão grande – mais ou menos do tamanho de Marte – que naturalmente<br />

acrescentou parte de seu material à matéria ejetada da Terra. Grande parte<br />

do material lançado ao espaço pela força do impacto talvez tenha<br />

desaparecido de nossa vizinhança imediata, mas restou o bastante para<br />

coagular e formar nossa Lua familiar, feita com pedaços da Terra acrescidos<br />

de matéria desconhecida. Tudo isso ocorreu há 4,5 bilhões de anos, durante<br />

os primeiros 100 milhões de anos depois do início da formação dos planetas.<br />

Se um objeto do tamanho de Marte colidiu com a Terra nessa era<br />

passada, onde está hoje? O impacto não poderia ter estilhaçado o objeto em<br />

pedaços tão pequenos que não pudéssemos observá-los: nossos melhores<br />

telescópios são capazes de encontrar no sistema solar interno objetos tão<br />

pequenos quanto os planetesimais que construíram os planetas. A resposta a<br />

essa objeção nos leva a uma nova imagem do sistema solar primitivo, a que<br />

enfatiza sua natureza violenta e inclinada a colisões. O fato de que os<br />

planetesimais construíram um objeto do tamanho de Marte, por exemplo,<br />

não garantia que esse objeto durasse por muito tempo. Não só esse objeto<br />

colidiu com a Terra, mas os pedaços de bom tamanho produzidos por essa<br />

colisão teriam continuado igualmente a colidir com a Terra e os outros<br />

planetas internos, uns com os outros, e com a Lua (depois de formada). Em<br />

outras palavras, o terror das colisões reinou sobre o sistema solar interno<br />

durante suas primeiras várias centenas de milhões de anos, e os pedaços de<br />

objetos gigantes que bateram nos planetas em formação tornaram-se parte<br />

desses planetas. O impacto do objeto do tamanho de Marte sobre a Terra<br />

estava apenas entre os maiores numa chuva de bombardeamento, uma

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