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luz flui diretamente para o espaço. Além disso, os astrofísicos podem<br />
determinar como átomos e moléculas que flutuam no espaço interestelar em<br />
temperaturas muito mais frias talvez tenham afetado o espectro da luz<br />
estelar que eles observam, e podem da mesma maneira deduzir a composição<br />
química, a temperatura, a densidade e a pressão dessa matéria interestelar.<br />
Nessa análise espectral, cada tipo diferente de átomo ou molécula tem<br />
sua própria história para contar. A presença de moléculas de qualquer tipo,<br />
por exemplo, revelada por seus efeitos característicos em certas cores no<br />
espectro, demonstra que a temperatura nas camadas externas de uma<br />
estrela deve ser menor que cerca de 3.000 o Celsius (cerca de 5.000 o<br />
Fahrenheit). Em temperaturas mais elevadas, as moléculas se movem tão<br />
rapidamente que suas colisões as rompem em átomos individuais. Ao<br />
estender esse tipo de análise a muitas substâncias diferentes, os astrofísicos<br />
podem deduzir um quadro quase completo das condições detalhadas nas<br />
atmosferas estelares. Dizem que alguns astrofísicos diligentes conhecem<br />
muito mais sobre os espectros de suas estrelas preferidas do que sobre suas<br />
próprias famílias. Isso pode ter seu lado depressivo para as relações<br />
interpessoais, mesmo quando contribui para o aumento da compreensão<br />
humana do cosmos.<br />
De todos os elementos da natureza – de todos os diferentes tipos de<br />
átomos que podem criar padrões no espectro de uma estrela – os astrofísicos<br />
reconhecem e usam um deles em particular para descobrir as idades das<br />
estrelas mais jovens. Esse elemento é o lítio, o terceiro elemento mais simples<br />
e mais leve da tabela periódica, e familiar para alguns sobre a Terra como o<br />
ingrediente ativo de alguns medicamentos antidepressivos. Na tabela<br />
periódica dos elementos, o lítio ocupa a posição imediatamente depois do<br />
hidrogênio e do hélio, que são merecidamente muito mais famosos porque<br />
existem em quantidades muito maiores por todo o cosmos. Durante seus<br />
primeiros minutos, o universo fundiu hidrogênio formando núcleos de hélio<br />
em grandes números, mas gerou quantidades apenas relativamente<br />
diminutas de qualquer núcleo mais pesado. Como resultado, o lítio<br />
continuou a ser um elemento bastante raro, distinguido entre os astrofísicos<br />
pelo fato cósmico de que as estrelas quase nunca geram mais lítio, mas<br />
apenas o destroem. O lítio desce uma rua de mão única, porque toda estrela<br />
tem reações de fusão nuclear mais eficazes para destruir o lítio do que para<br />
criá-lo. Como resultado, o suprimento cósmico de lítio míngua<br />
constantemente e continua a diminuir. Se você quiser certa quantidade de<br />
lítio, agora seria uma boa época para adquiri-lo.<br />
Para os astrofísicos, esse simples fato a respeito do lítio torna-o uma<br />
ferramenta muito útil para medir a idade das estrelas. Todas as estrelas<br />
começam sua vida com sua cota justa e proporcionada de lítio, restos da<br />
fusão nuclear que ocorreu durante a primeira meia hora do universo – e<br />
durante o próprio big bang. E qual é essa cota justa? Cerca de um em cada<br />
100 bilhões de núcleos. Depois que uma estrela recém-nascida começa sua<br />
vida com essa “riqueza” de lítio, as coisas seguem ladeira abaixo, à maneira