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CAPÍTULO 11<br />
Quando os mundos eram jovens<br />
Em nossas tentativas de revelar a história do cosmos, temos sempre<br />
descoberto que os segmentos mais profundamente envoltos em mistério são<br />
aqueles que lidam com as origens – do próprio universo, de suas estruturas<br />
mais massivas (galáxias e aglomerados de galáxias), e das estrelas que<br />
fornecem a maior parte da luz no cosmos. Cada uma dessas histórias das<br />
origens desempenha um papel vital, não só explicando como um cosmos<br />
aparentemente sem forma produziu montagens complexas de diferentes<br />
tipos de objetos, mas também determinando como e por que, 14 bilhões de<br />
anos depois do big bang, estamos vivos sobre a Terra para perguntar: “Como é<br />
que tudo isso veio a acontecer?”.<br />
Esses mistérios surgem em grande parte porque, durante “a idade das<br />
trevas” cósmica, quando a matéria estava apenas começando a se organizar<br />
em unidades autônomas como as estrelas e as galáxias, a maior parte dessa<br />
matéria gerava pouca ou nenhuma radiação detectável. A idade das trevas<br />
nos deixou apenas com as mais ínfimas possibilidades, ainda imperfeitamente<br />
exploradas, de observar a matéria durante seus primeiros estágios de<br />
organização. Isso, por sua vez, implica que dependemos, numa medida<br />
constrangedoramente grande, de nossas teorias sobre o comportamento da<br />
matéria, com um número relativamente pequeno de pontos em que podemos<br />
checar essas teorias com os dados da observação.<br />
Quando nos voltamos para a origem dos planetas, os mistérios se<br />
aprofundam. Faltam-nos não só observações dos estágios iniciais e cruciais da<br />
formação planetária, mas também teorias bem-sucedidas de como os planetas<br />
começaram a se formar. Para comemorar os aspectos positivos, notamos que a<br />
pergunta: O que formou os planetas? tem se tornado consideravelmente<br />
mais ampla nos últimos anos. Ao longo da maior parte do século XX, essa<br />
pergunta ficou centrada na família de planetas do Sol. Durante a última<br />
década, tendo descoberto mais de cem planetas “extrassolares” ao redor de<br />
estrelas relativamente próximas, os astrofísicos adquiriram significativamente<br />
mais dados a partir dos quais deduzir a história primitiva dos planetas, e em<br />
particular determinar como esses objetos astronomicamente pequenos,<br />
escuros e densos se formaram junto com as estrelas que lhes dão luz e vida.<br />
Os astrofísicos podem ter agora mais dados, mas não possuem respostas<br />
melhores do que antes. Na verdade, a descoberta de planetas extrassolares,<br />
muitos dos quais se movem em órbitas muito diferentes daquelas<br />
apresentadas pelos planetas do Sol, tem confundido a questão de muitas<br />
maneiras, deixando a história da formação dos planetas ainda longe de seu<br />
encerramento. Num resumo simples, podemos afirmar que não existe