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velocista de classe mundial. Quando Júpiter percorre sua órbita de 12 anos<br />

ao redor do Sol, um observador localizado ao longo do plano dessa órbita<br />

mediria efeitos Doppler na luz do Sol. Esses efeitos Doppler demonstrariam<br />

que num determinado tempo a velocidade do Sol com respeito ao observador<br />

aumentaria 40 pés (12,19 metros) por segundo acima de seu valor médio.<br />

Seis anos mais tarde, o mesmo observador constataria que a velocidade do Sol<br />

é 40 pés (12,19 metros) por segundo menor que a média. Durante o ínterim,<br />

essa velocidade relativa mudaria suavemente entre seus dois valores<br />

extremos. Depois de algumas décadas de observação desse ciclo repetitivo, o<br />

observador concluiria justificadamente que o Sol tem um planeta movendose<br />

numa órbita de 12 anos que faz com que o Sol execute sua própria órbita,<br />

produzindo as mudanças de velocidade que se originam naturalmente desse<br />

movimento. O tamanho da órbita do Sol, em comparação com o tamanho da<br />

percorrida por Júpiter, é exatamente igual ao inverso da razão das massas dos<br />

dois objetos. Como o Sol tem mil vezes a massa de Júpiter, a órbita de Júpiter<br />

ao redor do mútuo centro de gravidade é mil vezes maior que a do Sol –<br />

testemunho do fato de que o Sol é mil vezes mais difícil de se mover que<br />

Júpiter.<br />

Claro, o Sol tem muitos planetas, cada um dos quais atrai<br />

simultaneamente o Sol com sua própria força gravitacional. O movimento<br />

real do Sol equivale, portanto, a uma superposição de danças orbitais, cada<br />

uma com um diferente período cíclico de repetição. Como Júpiter, o maior e<br />

mais massivo planeta do Sol, exerce a maior quantidade de força<br />

gravitacional sobre o Sol, a dança imposta por Júpiter domina esse padrão<br />

complexo.<br />

Quando procuraram detectar planetas extrassolares observando a dança<br />

dos astros, os astrofísicos sabiam que, para encontrar um planeta mais ou<br />

menos semelhante a Júpiter, orbitando sua estrela a uma distância<br />

comparável à distância entre Júpiter e o Sol, eles teriam de medir efeitos<br />

Doppler com precisão suficiente para revelar mudanças de velocidade de<br />

aproximadamente 40 pés (12,19 metros) por segundo. Sobre a Terra, isso<br />

parece uma velocidade significativa (cerca de 27 milhas [43 quilômetros]<br />

por hora), mas em termos astronômicos, estamos falando de menos de um<br />

milionésimo da velocidade da luz, e de cerca de um milésimo da velocidade<br />

típica com que as estrelas estão se aproximando ou afastando de nós. Assim,<br />

para detectar o efeito Doppler produzido por uma mudança na velocidade<br />

igual a um milionésimo da velocidade da luz, os astrofísicos devem medir<br />

mudanças no comprimento de onda – isto é, nas cores da estrela – de uma<br />

parte em um milhão.<br />

Essas medições precisas produziram mais que a detecção de planetas. Em<br />

primeiro lugar, como o plano de detecção consiste em descobrir uma<br />

repetição cíclica nas mudanças de velocidade de uma estrela, a extensão de<br />

cada um desses ciclos mede diretamente o período orbital do planeta por ele<br />

responsável. Se a estrela dança com um determinado ciclo de repetição, o

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