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seguinte maneira:<br />
1. A “migração planetária” ocorreu porque quantidades significativas do<br />
material restante do processo de formação continuaram a orbitar a<br />
estrela dentro das órbitas dos recém-formados planetas gigantes. Esse<br />
material é sistematicamente arremessado pela gravidade do planeta<br />
grande para órbitas mais externas, o que, por sua vez, força o planeta<br />
grande a se arrastar para o interior.<br />
2. Quando os planetas chegaram mais perto de suas estrelas do que seus<br />
pontos de origem, as forças de maré vindas da estrela prenderam o<br />
planeta nesse lugar. Essas forças, comparáveis às forças de maré<br />
vindas do Sol e da Lua que criam marés nos oceanos da Terra,<br />
forçaram os períodos rotacionais dos planetas a se tornar iguais a seus<br />
períodos orbitais, como aconteceu com a Lua em virtude das forças de<br />
maré provenientes da Terra. Elas também impediram qualquer outra<br />
aproximação do planeta em direção à estrela, por razões que requerem<br />
bastante conhecimento da mecânica celeste e que, por isso, podemos<br />
ignorar aqui.<br />
3. É presumível ter sido uma questão de sorte o que determinou que<br />
alguns sistemas planetários se formassem com grandes quantidades<br />
de destroços, capazes de induzir a migração planetária, e que outros,<br />
como o nosso, tiveram relativamente poucos destroços, de modo que<br />
os planetas permaneceram nas distâncias em que se formaram. No<br />
caso dos planetas ao redor de 55 Cancri, é possível que todos os três<br />
migraram significativamente para o interior, com o planeta mais<br />
externo tendo se formado a uma distância igual a várias vezes sua<br />
distância atual em relação à estrela. Ou é possível que os detalhes de<br />
todos os destroços existentes dentro da órbita do planeta, e de todos<br />
os destroços fora dessa órbita, tenham causado uma migração<br />
significativa dos dois planetas internos, enquanto o terceiro<br />
permaneceu no seu caminho original.<br />
Resta algum trabalho a ser feito, para usar palavras amenas, antes que os<br />
astrofísicos possam proclamar que já têm a explicação de como os sistemas<br />
planetários se formam ao redor das estrelas. Enquanto isso, aqueles que<br />
procuram planetas extrassolares continuam a perseguir seu sonho de<br />
encontrar a gêmea da Terra, um planeta semelhante à Terra em tamanho,<br />
massa e distância orbital de sua estrela progenitora. Quando e se<br />
encontrarem esse planeta, eles esperam examiná-lo – mesmo a partir de uma<br />
distância de dúzias de anos-luz – com precisão suficiente para determinar se<br />
o planeta possui uma atmosfera e oceanos semelhantes aos da Terra, e,<br />
talvez, se existe vida sobre esse planeta assim como sobre o nosso.<br />
Na busca desse sonho, os astrofísicos sabem que precisam de<br />
instrumentos orbitando acima de nossa atmosfera, cujos efeitos<br />
degradadores nos impedem de fazer medições extremamente precisas. Um