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estátua de Bruno no centro da praça, e depois parar um momento para<br />
refletir sobre o poder das ideias (ainda que não o poder daqueles que as<br />
sustentam) para triunfar sobre os que as desejam suprimir.<br />
Como o destino de Bruno ajuda a ilustrar, imaginar vida em outros<br />
mundos está entre as ideias mais poderosas que já entraram em mentes<br />
humanas. Se não fosse assim, Bruno teria vivido até uma idade mais madura,<br />
e a NASA teria se visto mais carente de financiamentos. Assim a especulação<br />
sobre a vida em outros mundos tem focado ao longo de toda a história, assim<br />
como a atenção da NASA ainda faz, os planetas que orbitam o Sol. Em nossa<br />
busca de vida além da Terra, entretanto, surgiu um grande fiasco: nenhum<br />
dos outros mundos em nosso sistema solar parece particularmente adequado<br />
para a vida.<br />
Embora essa conclusão não faça justiça às miríades de caminhos possíveis<br />
pelos quais a vida poderia surgir e se manter, resta o fato de que nossas<br />
explorações iniciais de Marte e Vênus, bem como de Júpiter e suas grandes<br />
luas, não conseguiram revelar nenhum sinal convincente de vida. Pelo<br />
contrário, temos encontrado muitas evidências de condições extremamente<br />
hostis à vida como a conhecemos. Muito mais pesquisa ainda falta ser feita, e<br />
felizmente (para aqueles que empenham suas mentes nesse esforço)<br />
continua em andamento, sobretudo na busca de vida em Marte. Ainda<br />
assim, o veredicto sobre vida extraterrestre no sistema solar tem uma<br />
probabilidade tão grande de ser negativo que as mentes férteis agora tendem<br />
a fixar o olhar para além de nossa vizinhança cósmica, para o vasto arranjo de<br />
mundos possíveis que orbitam outras estrelas que não o nosso Sol.<br />
Até 1995, a especulação sobre planetas ao redor de outras estrelas podia<br />
prosseguir quase inteiramente sem restrições impostas pelos fatos. Com<br />
exceção de alguns destroços do tamanho da Terra em órbita ao redor dos<br />
restos de estrelas explodidas, que quase certamente se formaram depois da<br />
explosão da supernova e não se qualificavam como planetas, os astrofísicos<br />
nunca tinham encontrado um único “planeta extrassolar”, um mundo<br />
orbitando outra estrela que não o Sol. No final daquele ano veio o anúncio<br />
dramático da primeira dessas descobertas; e, alguns meses mais tarde, vieram<br />
mais quatro; depois, com as comportas abertas, a descoberta de novos<br />
mundos prosseguiu cada vez mais rapidamente. Hoje, sabemos de muitos<br />
mais planetas extrassolares ao redor de outras estrelas do que dos mundos<br />
ora familiares que orbitam o Sol – um cálculo que vai além de 100, sendo<br />
quase certo que continue a crescer em anos futuros.<br />
Para descrever esses mundos recém-descobertos, e analisar as implicações<br />
de sua existência na busca pela vida extraterrestre, devemos nos confrontar<br />
com um fato difícil de acreditar: embora os astrofísicos afirmem que não só<br />
sabem da existência desses planetas, mas também que deduziram suas<br />
massas, suas distâncias das estrelas progenitoras, o tempo que os planetas<br />
levam para completar suas órbitas, e até a forma dessas órbitas, ninguém<br />
jamais viu ou fotografou um único desses planetas extrassolares.