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movimentos de algumas dúzias de galáxias como traçadores do campo<br />

gravitacional que une o aglomerado inteiro, Zwicky descobriu que sua<br />

velocidade média é chocantemente elevada. Como forças gravitacionais<br />

maiores induzem velocidades mais elevadas nos objetos que atraem, Zwicky<br />

deduziu uma enorme massa para o aglomerado de Coma. Quando somamos<br />

todas as massas estimadas de suas galáxias, Coma está entre os maiores e<br />

mais massivos aglomerados de galáxias no universo. Mesmo assim, o<br />

aglomerado não contém matéria visível suficiente para explicar as<br />

velocidades observadas em suas galáxias membros. Parece estar faltando<br />

matéria.<br />

Se você aplica a lei da gravidade de Newton e supõe que o aglomerado<br />

não existe num estado ocasional de expansão ou colapso, você pode calcular<br />

qual deveria ser a velocidade média característica de suas galáxias. Você só<br />

precisa saber o tamanho do aglomerado e uma estimativa de sua massa total:<br />

a massa, agindo sobre distâncias caracterizadas pelo tamanho do<br />

aglomerado, determina a velocidade com que as galáxias devem se mover<br />

para evitar cair no centro deste ou escapar inteiramente do aglomerado.<br />

Num cálculo semelhante, como mostrou Newton, pode-se deduzir a que<br />

velocidade cada um dos planetas em sua distância particular do Sol deve se<br />

mover em sua órbita. Longe de serem mágicas, essas velocidades satisfazem a<br />

circunstância gravitacional em que cada um dos planetas se encontra. Se o<br />

Sol de repente adquirisse mais massa, a Terra e tudo o mais no sistema solar<br />

precisaria de velocidades maiores para permanecer em suas órbitas atuais.<br />

Com velocidade demais, entretanto, a gravidade do Sol será insuficiente para<br />

manter a órbita de todos. Se a velocidade orbital da Terra fosse maior que a<br />

raiz quadrada de duas vezes sua velocidade atual, o nosso planeta atingiria a<br />

“velocidade de escape” e, você já adivinhou, escaparia para fora do sistema<br />

solar. Podemos aplicar o mesmo raciocínio para objetos muito maiores, como a<br />

nossa própria galáxia da Via Láctea, na qual as estrelas se movem em órbitas<br />

que reagem à gravidade de todas as outras estrelas, ou em aglomerados de<br />

galáxias, onde cada uma das galáxias sente da mesma forma a gravidade de<br />

todas as outras galáxias. Como Einstein certa vez escreveu (com mais<br />

sonoridade em alemão do que nesta tradução feita por um de nós [DG] para<br />

honrar Isaac Newton):<br />

Olhem para as estrelas que elas ensinam<br />

Como as ideias do mestre podem nos alcançar<br />

Cada uma segue a matemática de Newton<br />

Em silêncio ao longo de seu caminho.<br />

Quando examinamos o aglomerado de Coma, como Zwicky fez na<br />

década de 1930, descobrimos que todas as suas galáxias membros se movem<br />

mais rapidamente do que a velocidade de escape para o aglomerado, mas<br />

apenas se estabelecemos essa velocidade a partir da soma de todas as massas<br />

da galáxia consideradas uma a uma, o que estimamos a partir dos brilhos das

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