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cientista famoso, para assegurar que o projeto do telescópio não fosse<br />

cancelado, pois isso implicaria apagar o legado de um importante oficial.)<br />

O JWST terá um espelho maior que o do Hubble, projetado para se<br />

desdobrar como uma intricada flor mecânica, abrindo-se no espaço para<br />

proporcionar uma superfície reflexiva muito maior que qualquer uma passível<br />

de caber dentro de um de nossos foguetes. O novo telescópio espacial<br />

também possuirá um conjunto de instrumentos muito superiores aos do<br />

Telescópio Hubble, que foram projetados originalmente durante a década de<br />

1960, construídos durante a década de 1970, lançados em 1991, e –<br />

embora significativamente aprimorados durante a década de 1990 – ainda<br />

não têm capacidades fundamentais como a de detectar a radiação<br />

infravermelha. Parte dessa capacidade existe agora no Telescópio<br />

Infravermelho Spitzer (SIRTF), lançado em 2003 [1] , que orbita o Sol muito<br />

mais longe da Terra do que o Hubble, evitando com isso a interferência das<br />

copiosas quantidades de radiação infravermelha produzida por nosso<br />

planeta. Para realizar essa meta, JWST terá da mesma forma uma órbita<br />

muito mais distante da Terra que o Hubble, e consequentemente será para<br />

sempre inacessível a missões de manutenção assim como elas são atualmente<br />

concebidas – é melhor que a NASA acerte esse telescópio logo na primeira<br />

vez. Se o novo telescópio entrar em operação em 2011 [2] , como planejado<br />

atualmente, ele deverá propiciar novas visões espetaculares do cosmos,<br />

inclusive imagens de galáxias a uma distância de mais de 10 bilhões de anosluz,<br />

vistas muito mais próximas de seu tempo de origem do que qualquer<br />

uma revelada pelos Campos Profundos do Hubble. Trabalhando em<br />

colaboração com o novo telescópio espacial, como já fizeram com o antigo,<br />

grandes instrumentos baseados em terra estudarão em detalhe a riqueza dos<br />

objetos a serem revelados por nosso próximo grande passo em instrumentação<br />

baseada no espaço.<br />

Por mais rico em possibilidades que o futuro possa ser, não devemos<br />

esquecer as impressionantes realizações dos astrofísicos durante as últimas<br />

três décadas, resultado de sua capacidade de criar novos instrumentos para<br />

observar o universo. Carl Sagan gostava de dizer que era preciso ser feito de<br />

madeira insensível para não se curvar com reverência e admiração diante do<br />

que o cosmos realizou. Graças às nossas observações aperfeiçoadas, sabemos<br />

agora mais do que Sagan a respeito da espantosa sequência de eventos que<br />

resultaram em nossa existência: as flutuações quânticas na distribuição de<br />

matéria e energia, numa escala menor que o tamanho de um próton, que<br />

geraram superaglomerados de galáxias, com trinta milhões de anos-luz de<br />

extensão. Do caos ao cosmos, essa relação de causa e efeito atravessa mais de<br />

trinta e oito potências de dez em tamanho e quarenta e duas potências de<br />

dez em tempo. Como os cordões microscópicos do DNA que predeterminam a<br />

identidade de uma espécie macroscópica e as propriedades únicas de seus<br />

membros, a moderna aparência do cosmos foi escrita no tecido de seus<br />

primeiros momentos, e transportada implacavelmente através do tempo e<br />

espaço. É o que sentimos quando olhamos para o alto. É o que sentimos

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