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elípticas, com as elípticas arredondadas na extremidade do cabo e as elípticas<br />

achatadas perto do ponto onde as duas pontas se juntam. Ao longo de uma<br />

das pontas estão as galáxias espirais comuns: aquelas mais próximas do cabo<br />

têm seus braços espirais enrolados de maneira bem apertada, enquanto<br />

aquelas mais para o fim da ponta têm os braços espirais enrolados de maneira<br />

cada vez mais solta. Ao longo da outra ponta estão as galáxias espirais cuja<br />

região central exibe uma “barra” reta, mas sob outros aspectos são<br />

semelhantes às espirais comuns.<br />

Hubble imaginou que as galáxias começam suas vidas como elípticas<br />

arredondadas e tornam-se cada vez mais achatadas à medida que vão<br />

tomando forma, revelando por fim uma estrutura espiral que lentamente se<br />

desenrola com a passagem do tempo. Brilhante. Belo. Até elegante. Só que<br />

totalmente errado. Não só classes inteiras de galáxias irregulares foram<br />

omitidas dessa disposição, como também os astrofísicos aprenderiam mais<br />

tarde que as estrelas mais velhas em cada galáxia tinham mais ou menos a<br />

mesma idade, o que sugere que todas as galáxias nasceram durante uma<br />

única era na história do universo.<br />

Por três décadas (com algumas oportunidades de pesquisa perdidas por<br />

causa da Segunda Guerra Mundial), os astrônomos observaram e<br />

catalogaram galáxias de acordo com o diagrama de Hubble como elípticas,<br />

espirais e espirais barradas, com as irregulares formando um subconjunto<br />

minoritário, completamente fora do diagrama por causa de suas formas<br />

estranhas. Das galáxias elípticas poder-se-ia dizer, como Ronald Reagan disse<br />

sobre as sequoias da Califórnia, que se você viu uma, viu todas. As galáxias<br />

elípticas se parecem umas com as outras por não possuírem nem os padrões<br />

de braços espirais que caracterizam as espirais e as espirais barradas, nem as<br />

nuvens gigantescas de gás e poeira interestelar que dão origem a novas<br />

estrelas. Nessas galáxias, a formação de estrelas terminou há muitos bilhões<br />

de anos, deixando atrás grupos esféricos ou elipsoidais de estrelas. As maiores<br />

galáxias elípticas, como as maiores espirais, contêm cada uma muitas<br />

centenas de bilhões de estrelas – talvez até um trilhão ou mais – e possuem<br />

diâmetros perto de cem mil anos-luz. À exceção de astrônomos profissionais,<br />

ninguém jamais suspirou por padrões fantásticos e por histórias complexas de<br />

formação de estrelas nas galáxias elípticas pela excelente razão de que, ao<br />

menos em comparação com as espirais, as elípticas têm formas simples e<br />

formação de estrelas sem mistério: todas elas transformaram o gás e a poeira<br />

em estrelas até não poderem mais fazê-lo.<br />

Felizmente, as espirais e as espirais barradas fornecem a excitação visual<br />

que tanta falta faz nas elípticas. A mais profundamente relevante de todas as<br />

imagens de galáxias que podemos algum dia ver, a visão de toda a Via Láctea<br />

tomada a partir de um ponto fora dela, vai mexer com nossos corações e<br />

mentes, assim que conseguirmos enviar uma câmera para várias centenas de<br />

milhares de anos-luz acima ou abaixo do plano central de nossa galáxia. Hoje,<br />

quando nossas mais remotas sondas espaciais viajaram um bilionésimo dessa<br />

distância, esse objetivo talvez pareça inatingível, e na verdade até uma sonda

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