17.12.2015 Views

ApIqCL

ApIqCL

ApIqCL

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

seis elementos mais abundantes no universo. Como os outros dois elementos<br />

nessa lista, o hélio e o neônio, quase nunca combinam com alguma outra<br />

coisa, a vida sobre a Terra consiste nos ingredientes mais abundantes e<br />

quimicamente ativos do cosmos. De todas as predições que podemos fazer<br />

sobre a vida em outros mundos, a mais segura parece ser que essa vida será<br />

feita de elementos quase iguais aos usados pela vida sobre a Terra. Se a vida<br />

em nosso planeta consistisse basicamente em quatro elementos muitíssimo<br />

raros no cosmos, como o nióbio, o bismuto, o gálio e o plutônio, teríamos uma<br />

excelente razão para suspeitar que representamos algo especial no universo.<br />

Em vez disso, a composição química da vida em nosso planeta nos inclina<br />

para uma visão otimista das possibilidades de vida além da Terra.<br />

A composição da vida sobre a Terra convém ao princípio copernicano<br />

ainda mais do que se poderia inicialmente suspeitar. Se vivêssemos num<br />

planeta composto basicamente de hidrogênio, oxigênio, carbono e nitrogênio,<br />

o fato de que a vida consiste basicamente nesses quatro elementos não nos<br />

surpreenderia. Mas a Terra é composta principalmente de oxigênio, ferro,<br />

silício e magnésio, e suas camadas mais externas são na maior parte oxigênio,<br />

silício, alumínio e ferro. Apenas um desses elementos, o oxigênio, aparece na<br />

lista dos elementos mais abundantes da vida. Quando examinamos os<br />

oceanos da Terra, que são quase inteiramente hidrogênio e oxigênio, é<br />

surpreendente que a vida liste o carbono e o nitrogênio entre seus elementos<br />

mais abundantes, em vez do cloro, sódio, enxofre, cálcio ou potássio, que são<br />

os elementos mais comuns dissolvidos na água marítima. A distribuição dos<br />

elementos na vida sobre a Terra lembra muito mais a composição das estrelas<br />

que a da própria Terra. Como resultado, os elementos da vida são mais<br />

cosmicamente abundantes que os da Terra – um bom ponto de partida para<br />

aqueles que esperam encontrar vida numa legião de situações.<br />

Uma vez estabelecido que as matérias-primas para a vida são abundantes<br />

em todo o cosmos, podemos prosseguir e perguntar: com que frequência essas<br />

matérias-primas, junto com um lugar no qual esses materiais podem se<br />

acumular, e uma fonte conveniente de energia como uma estrela próxima,<br />

levam à existência da própria vida? Um dia, quando tivermos feito um bom<br />

levantamento de possíveis sítios para a vida na vizinhança de nosso Sol,<br />

teremos uma resposta estatisticamente precisa para essa questão. Na<br />

ausência desses dados, devemos tomar um atalho para a resposta e<br />

perguntar: como é que a vida começou sobre a Terra?<br />

A origem da vida sobre a Terra permanece presa em incertezas obscuras.<br />

Nossa ignorância sobre os primórdios da vida provém em grande parte do fato<br />

de que, quaisquer que tenham sido os eventos que fizeram a matéria<br />

inanimada adquirir vida, eles ocorreram há bilhões de anos e não deixaram<br />

vestígios definitivos. Para tempos mais remotos do que 4 bilhões de anos, não<br />

existe o registro fóssil e geológico da história da Terra. Mas o intervalo na<br />

história do sistema solar entre 4,6 e 4 bilhões de anos atrás – os primeiros<br />

600 milhões de anos depois que o Sol e seus planetas se formaram – inclui a<br />

era em que a maioria dos paleobiólogos, especialistas em reconstruir a vida

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!