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governados pela mecânica quântica, que guardam a chave da origem da<br />

estrutura, para aqueles tão enormes que neles a mecânica quântica já não<br />

desempenha nenhum papel e a matéria obedece às leis estabelecidas pela<br />

relatividade geral.<br />

Para esse fim, devemos procurar explicar o universo fortemente<br />

estruturado que vemos hoje como algo que surgiu de um cosmos quase sem<br />

características logo depois do big bang. Qualquer tentativa de explicar a<br />

origem da estrutura deve também levar em consideração o cosmos em seu<br />

presente estado. Mesmo essa tarefa modesta tem desconcertado os<br />

astrônomos e os cosmólogos com uma série de tentativas e erros, da qual<br />

agora nos afastamos (assim esperamos ardentemente) para caminhar na luz<br />

brilhante de uma descrição correta do universo.<br />

Durante a maior parte da história da cosmologia moderna, os astrofísicos<br />

têm pressuposto que a distribuição da matéria no universo pode ser descrita<br />

como homogênea e isotrópica. Num universo homogêneo, todo local parece<br />

semelhante a todo outro local, como os conteúdos de um copo de leite<br />

homogeneizado. Um universo isotrópico é aquele que parece o mesmo em<br />

qualquer direção a partir de qualquer ponto determinado no espaço e tempo.<br />

Essas duas descrições podem parecer a mesma coisa, mas não são. Por<br />

exemplo, as linhas de longitude sobre a Terra não são homogêneas, porque<br />

elas são mais afastadas em algumas regiões e mais próximas em outras; elas<br />

são isotrópicas apenas em dois lugares, os polos Norte e Sul, para onde todas<br />

as linhas de longitude convergem. Se você ficar no “topo” ou no “fundo” do<br />

mundo, a grade de longitude parecerá a mesma para você, não importa até<br />

que ponto para a esquerda ou para a direita você virar a cabeça. Num<br />

exemplo mais físico, imagine-se em cima de uma montanha perfeita em<br />

forma de cone, e suponha que essa montanha é a única coisa no mundo.<br />

Nesse caso, toda visão da superfície da Terra a partir desse poleiro pareceria<br />

igual. O mesmo seria verdade, se você vivesse por acaso no centro de um alvo<br />

de arco e flecha, ou se você fosse uma aranha no centro de sua teia<br />

perfeitamente tecida. Em cada um desses casos, sua visão será isotrópica,<br />

mas definitivamente não homogênea.<br />

Um exemplo de padrão homogêneo, mas não isotrópico aparece num<br />

muro de tijolos retangulares idênticos, dispostos à maneira sobreposta<br />

tradicional de um pedreiro. Na escala de vários tijolos adjacentes e sua<br />

argamassa, o muro será o mesmo em todo lugar – tijolos – mas linhas<br />

diferentes de visão ao longo do muro vão intersectar a argamassa de maneira<br />

diferente, destruindo qualquer pretensão de isotropia.<br />

Intrigantemente (para aqueles que gostam de certo tipo de intriga), a<br />

análise matemática nos diz que o espaço se revelará homogêneo, apenas se<br />

for em todo lugar isotrópico. Outro teorema formal da matemática nos diz<br />

que, se o espaço é isotrópico em apenas três lugares, o espaço deve ser<br />

isotrópico em todo lugar. Apesar disso, alguns de nós ainda evitam a<br />

matemática por achá-la desinteressante e improdutiva!<br />

Embora fosse estética a motivação para pressupor a homogeneidade e a

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