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objetos colidiram, construíram objetos maiores e acabaram criando os quatro<br />
planetas internos do Sol e os núcleos de seus quatro planetas gigantes. Não<br />
devemos deixar de ver as luas dos planetas, objetos menores que orbitam<br />
todos os planetas do Sol exceto os mais internos, Mercúrio e Vênus. As<br />
maiores dessas luas, com diâmetros de algumas centenas a alguns milhares<br />
de quilômetros, parecem se ajustar perfeitamente ao modelo que criamos,<br />
porque elas presumivelmente também surgiram de colisões de planetesimais.<br />
A construção das luas cessou depois de as colisões terem construído os<br />
mundos satélites com seus tamanhos atuais, sem dúvida (podemos supor)<br />
porque a essa altura os planetas próximos, com sua gravidade mais forte,<br />
tinham se apoderado da maioria dos planetesimais ali perto. Devemos incluir<br />
nesse quadro as centenas de milhares de asteroides que orbitam entre Marte<br />
e Júpiter. Os maiores desses asteroides, com um diâmetro de algumas<br />
centenas de quilômetros, devem ter crescido igualmente por meio de colisões<br />
de planetesimais, e depois viram-se impedidos de continuar a crescer pela<br />
interferência do planeta gigante próximo, Júpiter. Os asteroides menores,<br />
com menos de um quilômetro de extensão, talvez representem planetesimais<br />
despidos, objetos que cresceram a partir da poeira, mas nunca colidiram<br />
entre si, mais uma vez graças à influência de Júpiter, depois de atingirem<br />
tamanhos adequados para a interação gravitacional.<br />
Para as luas que orbitam os planetas gigantes, esse roteiro parece<br />
funcionar muito bem. Todos os quatro planetas gigantes têm famílias de<br />
satélites cujo tamanho vai do grande ou extremamente grande (até o<br />
tamanho de Mercúrio) ao pequeno ou mesmo minúsculo. As menores dessas<br />
luas, com menos de um quilômetro e meio de extensão, talvez sejam mais<br />
uma vez planetesimais despidos, privados de qualquer outro crescimento de<br />
colisão pela presença de objetos próximos que já tinham se tornado muito<br />
maiores. Em cada uma dessas quatro famílias de satélites, quase todas as<br />
maiores luas orbitam o planeta na mesma direção e quase no mesmo plano.<br />
Não podemos nos abster de explicar esse resultado com a mesma causa que<br />
fez os planetas orbitarem na mesma direção e quase no mesmo plano: ao<br />
redor de cada planeta, uma nuvem de gás e poeira em rotação produziu<br />
torrões de matéria, que cresceram até atingirem o tamanho de planetesimais<br />
e depois o tamanho de luas.<br />
No sistema solar interno, apenas a nossa Terra tem uma lua de bom<br />
tamanho. Mercúrio e Vênus não têm satélites, enquanto as duas luas em<br />
forma de batata de Marte, Fobos e Deimos, têm cada uma apenas alguns<br />
quilômetros, e devem, portanto, representar os estágios mais primitivos da<br />
formação de objetos maiores a partir de planetesimais. Algumas teorias<br />
atribuem a origem dessas luas ao cinturão de asteroides, sendo suas órbitas<br />
atuais ao redor de Marte o resultado do sucesso gravitacional de Marte em<br />
capturar esses dois outrora asteroides.<br />
E o que dizer de nossa Lua, com um diâmetro superior a duas mil milhas<br />
(3.218,69 quilômetros), ultrapassada em tamanho apenas por Titã,<br />
Ganimedes, Tritão e Calisto (e efetivamente empatada com Io e Europa)