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caminho que vai das moléculas mais simples às moléculas dos aminoácidos,<br />

que formam os tijolos dos organismos vivos. O experimento Miller-Urey gerou<br />

também algumas das moléculas modestamente complexas chamadas de<br />

nucleotídeos, que provêm o elemento estrutural-chave para o DNA, a<br />

molécula gigante que carrega instruções para formar novas cópias de um<br />

organismo. Mesmo assim, ainda resta um longo caminho a percorrer antes<br />

que a vida surja de laboratórios experimentais. Uma lacuna enormemente<br />

significativa, até agora intransponível pelo experimento ou invenção<br />

humanos, separa a formação de aminoácidos – mesmo se os nossos<br />

experimentos produzirem todos os vinte aminoácidos, o que eles não fazem –<br />

e a criação da vida. As moléculas dos aminoácidos foram também<br />

encontradas em alguns dos meteoritos mais antigos e menos alterados, que<br />

se acredita terem permanecido intocados durante quase toda a história de<br />

4,6 bilhões de anos do sistema solar. Isso sustenta a conclusão geral de que<br />

processos naturais podem fazer aminoácidos em muitas situações diferentes.<br />

Uma visão equilibrada dos resultados experimentais não encontra nada<br />

inteiramente surpreendente: as moléculas mais simples encontradas em<br />

organismos vivos se formam rapidamente em muitas situações, mas a vida<br />

não. Ainda permanece a questão-chave: como é que uma coleção de<br />

moléculas, mesmo preparadas para que a vida apareça, chega a gerar a<br />

própria vida?<br />

Como a Terra primitiva não tinha semanas, mas muitos milhões de anos<br />

em que gerar a vida, os resultados experimentais de Miller-Urey pareciam<br />

sustentar o modelo “laguna das marés” para o início da vida. Hoje,<br />

entretanto, a maioria dos cientistas que procura explicar a origem da vida<br />

considera que o experimento foi muito limitado pelas suas técnicas. Sua<br />

mudança de atitude não aconteceu por duvidarem dos resultados do teste,<br />

mas antes por reconhecerem uma falha potencial nas hipóteses subjacentes<br />

ao experimento. Para compreender essa falha, devemos considerar o que a<br />

biologia moderna tem demonstrado sobre as formas mais antigas de vida.<br />

A biologia evolutiva conta agora com o estudo cuidadoso das semelhanças e<br />

diferenças entre criaturas vivas nas suas moléculas DNA e RNA, portadoras<br />

das informações que dizem a um organismo como funcionar e como se<br />

reproduzir. Uma comparação cuidadosa dessas moléculas relativamente<br />

enormes e complexas tem permitido aos biólogos, dentre os quais o grande<br />

pioneiro é Carl Woese, criar uma árvore evolutiva da vida que registra as<br />

“distâncias evolutivas” entre várias formas de vida, conforme determinado<br />

pelos estágios em que essas formas de vida têm DNA e RNA não idênticos.<br />

A árvore da vida consiste em três grandes ramos, Archaea, Bacteria e<br />

Eucarya, que substituem os “reinos” biológicos que outrora se acreditava<br />

serem fundamentais. A Eucarya inclui todo organismo cujas células<br />

individuais têm um centro ou núcleo bem definido contendo o material<br />

genético que rege a reprodução das células. Essa característica torna Eucarya<br />

mais complexa que os outros dois tipos, e na verdade toda forma de vida

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