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Lowell acertou por acaso a respeito de um ponto. Se Marte já teve uma<br />

civilização (ou qualquer tipo de vida) que precisasse de água na superfície, o<br />

planeta deve ter se defrontado com uma catástrofe, porque em algum tempo<br />

desconhecido na história marciana, e por alguma razão desconhecida, toda a<br />

água da superfície secou, causando exatamente o destino para a vida –<br />

embora no passado, não no presente – que Lowell descreveu. O que<br />

aconteceu à água que fluía abundantemente sobre a superfície de Marte há<br />

bilhões de anos continua um mistério a ser resolvido pelos geólogos<br />

planetários. Marte tem realmente algum gelo de água nas suas calotas<br />

polares, que consistem principalmente em dióxido de carbono congelado<br />

(“gelo seco”), e uma quantidade diminuta de vapor de água na sua<br />

atmosfera. Embora as calotas polares contenham as únicas quantidades<br />

significativas de água que ora sabemos existir em Marte, seu conteúdo total<br />

de gelo está muito abaixo da quantidade necessária para explicar os registros<br />

antigos de água corrente na superfície de Marte.<br />

Se a maior parte da antiga água de Marte não evaporou ao espaço, seu<br />

esconderijo mais provável está no subterrâneo, com a água presa no subsolo<br />

congelado da subsuperfície do planeta. A evidência? É mais provável<br />

encontrar grandes crateras na superfície marciana que pequenas crateras a<br />

exibir derramamento de lama seca sobre suas beiradas. Se o subsolo<br />

congelado está no subterrâneo profundo, atingi-lo requereria uma grande<br />

colisão. O depósito de energia de tal impacto derreteria esse gelo da<br />

subsuperfície depois do contato, levando-o a espirrar para o alto. As crateras<br />

com essa assinatura de derramamento de lama são mais comuns nas<br />

latitudes polares e frias – exatamente onde esperaríamos que a camada do<br />

subsolo congelado estivesse mais próxima da superfície marciana. Segundo as<br />

estimativas otimistas do conteúdo de gelo do subsolo congelado marciano, o<br />

derretimento das camadas da subsuperfície de Marte liberariam água<br />

suficiente para dar a Marte um oceano global com dezenas de metros de<br />

profundidade. Uma busca abrangente de vida (ou fóssil) contemporâneo em<br />

Marte deve incluir um plano de pesquisa em muitas localizações,<br />

especialmente abaixo da superfície marciana. No que diz respeito à chance<br />

de encontrar vida em Marte, a grande questão a ser resolvida é a seguinte:<br />

existe atualmente água líquida em algum lugar sobre Marte?<br />

Parte da resposta provém de nosso conhecimento de física. Não pode<br />

existir água líquida na superfície de Marte, porque a pressão atmosférica ali,<br />

menos de 1% do valor sobre a superfície da Terra, não o permite. Como<br />

alpinistas entusiastas, sabemos que a água evapora a temperaturas<br />

progressivamente mais baixas, à medida que a pressão atmosférica diminui.<br />

No cume do monte Whitney, onde a pressão do ar cai para metade de seu<br />

valor ao nível do mar, a água não ferve a 100, mas a 75 graus Celsius. No<br />

topo do monte Everest, com a pressão do ar igual a somente um quarto de<br />

seu valor ao nível do mar, a fervura ocorre a cerca de 50 graus. A 32<br />

quilômetros de altura, onde a pressão atmosférica é igual a apenas 1% do que<br />

sentimos nas calçadas de Nova York, a água ferve a cerca de 5 graus Celsius.

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