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de AGNs de tipos de galáxia e uma compreensão mais profunda da formação<br />
e evolução das galáxias. O fato de que tanto pode ser explicado por –<br />
diferenças na forma, tamanho, luminosidade e cor – tão poucas variáveis<br />
representa um triunfo pouco divulgado da astrofísica do final do século XX.<br />
Como exigiu muitos investigadores, muitos anos e muito tempo de telescópio,<br />
não é o tipo de coisa anunciada no jornal da noite – mas não deixa de ser um<br />
triunfo.<br />
Não vamos concluir, entretanto, que os buracos negros supermassivos podem<br />
explicar tudo. Ainda que tenham milhões ou bilhões de vezes a massa do Sol,<br />
eles não contribuem quase nada em comparação com as massas das galáxias<br />
em que estão engastados – tipicamente muito menos que 1% da massa total<br />
de uma galáxia grande. Quando procuramos explicar a existência da matéria<br />
escura, ou de outras fontes ocultas de gravidade no universo, esses buracos<br />
negros são insignificantes e podem ser ignorados. Mas quando calculamos<br />
quanta energia eles manejam – isto é, quando computamos a energia que<br />
eles liberaram como parte de sua formação – descobrimos que os buracos<br />
negros dominam a energética da formação das galáxias. Toda a energia de<br />
todas as órbitas de todas as estrelas e nuvens de gás que compõem<br />
basicamente uma galáxia torna-se pálida quando comparada com o que criou<br />
o buraco negro. Sem buracos negros supermassivos à espreita, as galáxias<br />
como as conhecemos talvez nem tivessem sido formadas. O buraco negro<br />
outrora luminoso, mas ora invisível, que se acha no centro de cada galáxia<br />
gigante fornece um elo oculto, a explicação física para a aglomeração de<br />
matéria num sistema complexo de bilhões de estrelas em órbita ao redor de<br />
um centro comum.<br />
A explicação mais ampla para a formação das galáxias invoca não só a<br />
gravidade produzida pelos buracos negros supermassivos, mas também a<br />
gravidade em cenários astronômicos mais convencionais. O que criou os<br />
bilhões de estrelas numa galáxia? A gravidade também as criou, produzindo<br />
até centenas de milhares de estrelas numa única nuvem. A maioria das<br />
estrelas de uma galáxia nasceu dentro de “associações” relativamente soltas.<br />
As regiões mais compactas de nascimento de estrela permanecem<br />
“aglomerados de estrelas” identificáveis, dentro dos quais as estrelas<br />
membros orbitam o centro do aglomerado, traçando seus caminhos pelo<br />
espaço num balé cósmico coreografado pelas forças da gravidade de todas as<br />
outras estrelas dentro do aglomerado, mesmo quando os próprios<br />
aglomerados se movem em enormes trajetórias ao redor do centro da galáxia,<br />
a salvo do poder destrutivo do buraco negro central.<br />
Dentro de um aglomerado, as estrelas se movem numa ampla gama de<br />
velocidades, algumas com tanta rapidez que arriscam escapar totalmente do<br />
sistema. Isso na realidade ocorre de vez em quando, quando estrelas velozes<br />
evaporam saindo das garras da gravidade de um aglomerado para vagar<br />
livremente pela galáxia. Essas estrelas de percurso livre, junto com os<br />
“aglomerados de estrelas globulares” que contêm centenas de milhares de