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para se separarem. Suas medições indicaram que Ω Λ – Ω M = 0,46, mais ou<br />
menos cerca de 0,03. Como os astrônomos já tinham determinado que Ω M é<br />
igual a aproximadamente 0,25, esse resultado fixa Ω Λ em aproximadamente<br />
0,71. Então a soma de Ω Λ e Ω M se eleva para 0,96, perto do total previsto<br />
pelo modelo inflacionário. Os novos resultados recentes têm afinado esses<br />
valores e tornado o resultado dessa soma ainda mais perto de 1.<br />
Apesar do acordo entre os dois grupos rivais de especialistas em<br />
supernovas, alguns cosmólogos continuaram cautelosos. Não é todo dia que<br />
um cientista abandona uma crença mantida há muito tempo, como a<br />
convicção de que a constante cosmológica deve ser zero, e a substitui por<br />
outra surpreendentemente diferente, como a conclusão de que a energia<br />
escura preenche cada centímetro cúbico do espaço vazio. Quase todos os<br />
céticos que tinham acompanhado os meandros das possibilidades<br />
cosmológicas declararam-se por fim convencidos, depois de digerirem as<br />
novas observações de um satélite projetado e operado para observar a<br />
radiação cósmica de fundo com uma acuidade sem precedentes. Esse<br />
satélite, o todo-poderoso WMAP descrito no Capítulo 3, começou a fazer<br />
observações úteis em 2002, e no início de 2003 tinha acumulado dados<br />
suficientes para que os cosmólogos fizessem um mapa de todo o céu, visto<br />
nas micro-ondas que carregam a maior parte da radiação cósmica de fundo.<br />
Embora tivessem revelado os resultados básicos a serem extraídos desse<br />
mapa, as observações anteriores tinham observado apenas pequenas porções<br />
do céu ou mostrado muito menos detalhes. O mapa do céu inteiro de WMAP<br />
propiciou o clímax do esforço de mapeamento e determinou, de uma vez por<br />
todas, as características mais importantes da radiação cósmica de fundo.<br />
O aspecto mais surpreendente e significativo desse mapa, o que também<br />
vale para as observações feitas com base em balões e para o predecessor do<br />
WMAP, o satélite COBE (Explorador do Fundo Cósmico [COsmic Background<br />
Explorer]), reside na sua quase ausência de características. Não aparecem<br />
diferenças mensuráveis na intensidade da radiação cósmica de fundo que<br />
chega de todas as direções até atingirmos uma precisão de cerca de uma<br />
parte em mil em nossas medições. Mesmo então, as únicas diferenças<br />
discerníveis aparecem como uma intensidade ligeiramente maior, centrada<br />
numa determinada direção, que se casa com uma intensidade<br />
correspondente ligeiramente menor, centrada na direção oposta. Essas<br />
diferenças surgem do movimento de nossa galáxia Via Láctea entre suas<br />
galáxias vizinhas. O efeito Doppler faz com que recebamos uma radiação<br />
ligeiramente mais forte proveniente da direção desse movimento, não porque<br />
a radiação seja realmente mais forte, mas porque nosso movimento em<br />
direção à radiação cósmica de fundo (CBR) aumenta ligeiramente as<br />
energias dos fótons que detectamos.<br />
Assim que compensamos o efeito Doppler, a radiação cósmica de fundo<br />
parece perfeitamente uniforme – até atingirmos uma precisão ainda mais<br />
elevada de cerca de uma parte em cem mil. Nesse nível, aparecem desvios