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curvado, mas apenas tão plano quanto nossa intuição o imagina.<br />

Segundo essa teoria, o achatamento do espaço nasce da enorme expansão<br />

que ocorreu durante a era inflacionária. Imagine-se, por analogia, sobre a<br />

superfície de um balão, e deixe que o balão se expanda por um fator tão<br />

grande que você perca a conta dos zeros. Depois dessa expansão, a parte da<br />

superfície do balão que você consegue ver será plana como uma panqueca.<br />

Assim também deve ser o espaço que sempre esperamos medir – se o modelo<br />

inflacionário realmente descreve o universo real.<br />

Mas a densidade total da matéria equivale somente a cerca de um quarto<br />

da quantidade requerida para tornar o espaço plano. Durante as décadas de<br />

1980 e 1990, muitos cosmólogos teóricos acreditavam que, como o modelo<br />

inflacionário deve ser válido, novos dados acabariam fechando a “lacuna de<br />

massa” cósmica, a diferença entre a densidade total da matéria, que<br />

apontava para um universo negativamente curvado, e a densidade crítica,<br />

aparentemente requerida para alcançar um cosmos com espaço plano. Suas<br />

crenças os conduziam animadamente adiante, mesmo quando cosmólogos<br />

observacionais zombavam de sua confiança exagerada na análise teórica. E<br />

então a zombaria parou.<br />

Em 1998, duas equipes rivais de astrônomos anunciaram novas observações<br />

sugerindo a existência de uma constante cosmológica não zero – não era<br />

(obviamente) o número que Einstein tinha proposto a fim de manter o<br />

universo estático, mas outro, de valor totalmente diferente, um número que<br />

indicava que o universo vai se expandir para sempre numa taxa cada vez<br />

maior.<br />

Se os teóricos tivessem proposto isso para ainda outro modelo de universo,<br />

o mundo teria pouco notado, nem lembrado por muito tempo, seu esforço.<br />

Aqui, entretanto, conceituados especialistas em observar o universo real<br />

tinham desconfiado uns dos outros, checado as atividades suspeitas de seus<br />

rivais, e descoberto que concordavam a respeito dos dados e sua<br />

interpretação. Os resultados da observação não só implicavam uma constante<br />

cosmológica diferente de zero, mas também atribuíam a essa constante um<br />

valor que torna o espaço plano.<br />

O que é que você está dizendo? Que a constante cosmológica achata o<br />

espaço? Você não está sugerindo, como a Rainha Vermelha em Alice no País<br />

das Maravilhas, que cada um de nós acredita em seis coisas impossíveis antes<br />

do café da manhã? Uma reflexão mais madura, entretanto, talvez o<br />

convença de que se o espaço aparentemente vazio contém energia (!), essa<br />

energia deve contribuir com massa para o cosmos, assim como indica a<br />

famosa equação de Einstein, E = mc 2 . Se existe alguma E, você pode<br />

concebê-la como uma quantidade correspondente de m, igual a E dividida<br />

por c 2 . Assim a densidade total deve ser igual ao total dessa densidade<br />

contribuída pela matéria, mais a densidade contribuída pela energia.<br />

A nova densidade total é o que devemos comparar com a densidade

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