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que existia durante épocas há muito desaparecidas, acredita que a vida<br />

apareceu pela primeira vez em nosso planeta.<br />

A ausência de qualquer evidência geológica de épocas com mais de 4<br />

bilhões de anos provém de movimentos da crosta da Terra, chamados<br />

familiarmente de deriva continental, mas conhecidos cientificamente como<br />

movimentos das placas tectônicas. Esses movimentos, impelidos pelo calor<br />

que irrompe do interior da Terra, exercem uma pressão contínua para que<br />

pedaços da crosta de nosso planeta deslizem, colidam e passem ao lado ou<br />

por cima uns dos outros. Os movimentos das placas tectônicas têm enterrado<br />

lentamente tudo que outrora estava na superfície da Terra. Como resultado,<br />

possuímos poucas rochas mais antigas que 2 bilhões de anos, e nenhuma com<br />

mais de 3,8 bilhões de anos. Esse fato, junto com a conclusão razoável de<br />

que as formas mais primitivas de vida tinham pouca chance de deixar<br />

evidências fósseis, privou nosso planeta de qualquer registro confiável de vida<br />

durante os primeiros 1 ou 2 bilhões de anos da Terra. A evidência definida<br />

mais antiga que temos para a vida sobre a Terra nos faz retroceder “apenas”<br />

2,7 bilhões de anos, passado adentro, com indicações indiretas de que a vida<br />

existia mais de 1 bilhão de anos antes disso.<br />

A maioria dos paleobiólogos acredita que a vida deve ter aparecido sobre a<br />

Terra há pelo menos 3 bilhões de anos, e muito possivelmente há mais de 4<br />

bilhões de anos, dentro dos primeiros 600 milhões de anos depois que a Terra<br />

se formou. Sua conclusão se baseia numa suposição razoável sobre os<br />

organismos primitivos. Um pouco antes de 3 bilhões de anos atrás,<br />

quantidades significativas de oxigênio começaram a aparecer na atmosfera<br />

da Terra. Sabemos disso pelo registro geológico da Terra independentemente<br />

de quaisquer restos fósseis: o oxigênio promove o lento enferrujamento de<br />

rochas ricas em ferro, o que produz tons encantadores de vermelho como<br />

aqueles das rochas do Grand Canyon do Arizona. As rochas da era préoxigênio<br />

não exibem nenhuma dessas cores, nem outros sinais evidentes da<br />

presença do elemento.<br />

O surgimento do oxigênio atmosférico foi a maior poluição que já ocorreu<br />

na Terra. O oxigênio atmosférico faz mais do que combinar com o ferro;<br />

também tira alimento das bocas (metafóricas) dos organismos primitivos<br />

combinando com todas as moléculas simples que do contrário poderiam ter<br />

providenciado nutrientes para as formas primitivas de vida. Como resultado,<br />

o surgimento do oxigênio na atmosfera da Terra significou que todas as<br />

formas de vida tinham de se adaptar ou morrer – e que se a vida ainda não<br />

tivesse surgido àquela altura, não poderia mais aparecer dali em diante,<br />

porque os futuros organismos não teriam nada para comer, uma vez que seus<br />

alimentos potenciais teriam enferrujado e desaparecido. A adaptação<br />

evolutiva a essa poluição funcionou bem em muitos casos, como todos os<br />

animais que respiram oxigênio podem atestar. Esconder-se do oxigênio<br />

também foi uma estratégia bem-sucedida. Até hoje o estômago de todo<br />

animal, inclusive o nosso, abriga bilhões de organismos que florescem no<br />

ambiente anóxico que proporcionamos, mas morreriam se expostos ao ar.

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