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exatamente na taxa certa para manter uma densidade média constante no<br />

cosmos a se expandir. Em contraste, a teoria do big bang (que recebeu esse<br />

nome por uma ironia de Fred Hoyle) requer que toda a matéria tenha<br />

passado a existir num único instante, o que alguns acham mais<br />

emocionalmente satisfatório. Observe-se que a teoria do estado estacionário<br />

pega a questão da origem do universo e a joga para trás a uma distância<br />

temporal infinita – o que é altamente conveniente para aqueles que preferem<br />

não examinar esse problema espinhoso.<br />

A predição da radiação cósmica de fundo representou um alerta aos<br />

teóricos do estado estacionário. A existência da CBR demonstraria<br />

claramente que o universo foi outrora muito diferente – muito menor e mais<br />

quente – de como o encontramos hoje em dia. Portanto, as primeiras<br />

observações diretas da CBR pregaram os primeiros pregos no caixão da teoria<br />

do estado estacionário (embora Fred Hoyle nunca tenha aceitado<br />

plenamente que a CBR invalide sua elegante teoria, chegando até a fazer<br />

uma tentativa séria de explicar a radiação como algo que surgiu de outras<br />

causas). Em 1964, por acaso e serendipidade, a CBR foi descoberta por Arno<br />

Penzias e Robert Wilson, de Bell Telephone Laboratories (Bell Labs, abreviado)<br />

em Murray Hill, Nova Jersey. Depois de pouco mais que uma década, Penzias<br />

e Wilson receberam o Prêmio Nobel por sua boa sorte e trabalho duro.<br />

O que conduziu Penzias e Wilson ao seu Prêmio Nobel? Durante o início<br />

da década de 1960, todos os físicos sabiam sobre as micro-ondas, mas quase<br />

ninguém tinha criado a capacidade de detectar sinais fracos na porção de<br />

micro-ondas do espectro. Àquela altura, a maior parte da comunicação sem<br />

fio (p. ex., receptores, detectores e transmissores) era feita por ondas de<br />

rádio, que têm comprimentos de onda mais longos que as micro-ondas. Para<br />

essas últimas, os cientistas precisavam de um detector de comprimento de<br />

onda mais curto e de uma antena sensível para capturá-las. A Bell Labs tinha<br />

uma dessas antenas, uma antena tamanho família e em forma de chifre que<br />

era capaz de focalizar e detectar micro-ondas bem como qualquer<br />

aparelhagem sobre a Terra.<br />

Se pretende enviar ou receber um sinal de qualquer espécie, você não<br />

quer que outros sinais o contaminem. Penzias e Wilson estavam tentando<br />

abrir um novo canal de comunicação para Bell Labs, por isso queriam<br />

determinar quanta interferência contaminadora de “fundo” esses sinais<br />

experimentariam a partir do Sol, do centro da galáxia, de fontes terrestres, de<br />

qualquer lugar. Assim eles começaram uma medição-padrão, importante e<br />

inteiramente inocente, que procurava estabelecer com que facilidade<br />

poderiam detectar sinais de micro-ondas. Embora tivessem alguma formação<br />

em astronomia, Penzias e Wilson não eram cosmólogos, mas técnicos com<br />

doutorado em física que estudavam as micro-ondas, sem conhecer as<br />

predições feitas por Gamow, Alpher e Herman. O que eles definitivamente<br />

não procuravam era o fundo cósmico de micro-onda.<br />

Assim eles fizeram seu experimento, e corrigiram seus dados para todas as<br />

fontes conhecidas de interferência. Mas encontraram um ruído de fundo

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