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planeta deve estar dançando com um período idêntico de movimento,<br />

embora numa órbita muito maior. Esse período orbital, por sua vez, revela a<br />

distância entre o planeta e a estrela. Há muito tempo Isaac Newton provou<br />

que um objeto orbitando uma estrela completará cada órbita mais<br />

rapidamente quando mais próximo da estrela, mais lentamente quando mais<br />

longe dela: cada período orbital corresponde a um valor particular da<br />

distância média entre a estrela e o objeto orbitante. No sistema solar, por<br />

exemplo, o período orbital de um ano indica uma distância igual à da Terra-<br />

Sol, ao passo que um período de doze anos indica uma distância 5,2 vezes<br />

maior, o tamanho da órbita de Júpiter. Assim a equipe de pesquisadores seria<br />

capaz de anunciar não só que tinham descoberto um planeta, mas também<br />

que sabiam o período orbital do planeta e a distância média entre ele e sua<br />

estrela.<br />

Eles ainda poderiam deduzir muito mais sobre o planeta. Movendo-se a<br />

uma determinada distância de sua estrela, a gravidade de um planeta vai<br />

puxar a estrela para si com uma força que depende da massa do planeta.<br />

Planetas mais massivos exercem força maior, e essas forças fazem a estrela<br />

dançar com mais rapidez. Uma vez conhecidas as distâncias planeta-estrela,<br />

a equipe poderia incluir as massas dos planetas na lista de características<br />

planetárias que eles tinham determinado por meio de observação e dedução<br />

cuidadosas.<br />

Essa dedução da massa de um planeta pela observação da dança da<br />

estrela vem com um aviso. Os astrônomos não têm como saber se estão<br />

estudando uma estrela dançante a partir de uma direção que coincide<br />

exatamente com o plano da órbita do planeta, ou a partir de uma direção<br />

diretamente acima do plano da órbita (nesse caso, eles vão medir uma<br />

velocidade zero para a estrela), ou (em quase todos os casos) a partir de uma<br />

direção nem exatamente ao longo do plano, nem diretamente perpendicular<br />

a ele. O plano da órbita do planeta ao redor da estrela coincide com o plano<br />

do movimento da estrela em resposta à gravidade do planeta. Observamos,<br />

portanto, as velocidades orbitais plenas apenas se nossa linha de visão para a<br />

estrela estiver no mesmo plano da órbita do planeta ao redor da estrela. Para<br />

imaginar uma situação vagamente análoga, coloque-se numa partida de<br />

beisebol, podendo medir a velocidade da bola arremessada que vem na sua<br />

direção ou se afasta, mas não a velocidade com que a bola cruza seu campo<br />

de visão. Se você é um observador talentoso, o melhor lugar para você se<br />

posicionar é atrás da base do batedor, em linha direta com o movimento da<br />

bola. Mas se você observar o jogo a partir da primeira ou terceira linhas entre<br />

as bases, a bola arremessada pelo lançador não se aproximará nem se afastará<br />

de você na maior parte de seu percurso, de modo que a medição da<br />

velocidade da bola ao longo da sua linha de visão será quase zero.<br />

Como o efeito Doppler revela apenas a velocidade com que uma estrela se<br />

aproxima ou se afasta de nós, mas não a rapidez com que a estrela cruza<br />

nossa linha de visão, não podemos dizer geralmente quão próxima do plano<br />

da órbita da estrela está nossa linha de visão para a estrela. Esse fato implica

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