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destemidos na sua maneira alegre de ser. Talvez até evoluíssem para<br />

repovoar a Terra depois de cada episódio de extinção. E se o Sol fosse<br />

misteriosamente arrancado do centro do sistema solar e a Terra ficasse à<br />

deriva através do espaço, esse evento não mereceria atenção na imprensa dos<br />

extremófilos, pois a vida perto dos respiradouros do mar profundo poderia<br />

continuar relativamente sem perturbação. Mas em 5 bilhões de anos, o Sol se<br />

tornará uma gigante vermelha ao se expandir para preencher o sistema solar<br />

interno. Enquanto isso, os oceanos da Terra vão entrar em ebulição e<br />

desaparecer, e a própria Terra vai se tornar parcialmente vapor. Ora, isso sim<br />

seria manchete para qualquer forma de vida da Terra.<br />

A ubiquidade dos extremófilos sobre a Terra nos leva a uma profunda<br />

questão: poderia existir vida dentro de muitos dos planetas ou planetesimais<br />

vagabundos que foram ejetados do sistema solar durante sua formação? Seus<br />

reservatórios “geo”térmicos poderiam durar por bilhões de anos. E que dizer<br />

dos incontáveis planetas que foram forçosamente ejetados por qualquer<br />

outro sistema solar que já se formou? O espaço interestelar poderia estar<br />

fervilhando de vida – formada e evoluída bem dentro desses planetas sem<br />

estrela? Antes que reconhecessem a importância dos extremófilos, os<br />

astrofísicos presumiam uma “zona habitável” ao redor de cada estrela,<br />

dentro da qual a água ou alguma outra substância pudesse se manter como<br />

líquido, permitindo que as moléculas flutuassem, interagissem e produzissem<br />

moléculas mais complexas. Hoje em dia, devemos modificar esse conceito, de<br />

modo que longe de ser uma região organizada ao redor de uma estrela que<br />

recebe apenas a quantidade exata de luz solar, uma zona habitável pode<br />

estar em todo e qualquer lugar, mantida não pelo calor da luz estelar, mas<br />

por fontes de calor localizadas, frequentemente geradas por rochas<br />

radioativas. A cabana dos Três Ursos não era, talvez, um lugar especial entre<br />

os contos de fada. A residência de qualquer pessoa, até mesmo a casa de um<br />

dos Três Porquinhos, talvez contenha uma tigela de comida a uma<br />

temperatura que é exatamente a correta.<br />

Que conto de fadas promissor, até previdente, esta história pode vir a ser.<br />

Longe de ser rara e preciosa, a vida talvez seja tão comum quanto os próprios<br />

planetas. Só nos resta sair à sua procura.

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