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anos mais cedo.<br />

Se pudéssemos detectar partículas de alta energia, perceberíamos<br />

substâncias radioativas a partir de grandes distâncias. Nenhum contador<br />

Geiger seria necessário. Você poderia até observar gás radônio se infiltrar pelo<br />

chão do porão de sua casa, sem ter de pagar ninguém para lhe dizer do que<br />

se tratava.<br />

O aperfeiçoamento de nossos cinco sentidos, desde o nascimento e ao<br />

longo da infância, permite que nós, já adultos, julguemos os eventos e<br />

fenômenos em nossas vidas, declarando se eles “fazem sentido” ou não. O<br />

problema é que quase nenhuma das descobertas científicas do século<br />

passado fluiu da aplicação direta de nossos sentidos. Ao contrário, elas vieram<br />

da aplicação direta da matemática e de hardwares que transcendem os<br />

sentidos. Esse simples fato explica por que razão, para a pessoa comum, a<br />

relatividade, a física de partículas e a teoria das cordas de onze dimensões<br />

não fazem sentido. Acrescentem-se a essa lista os buracos negros, os buracos<br />

de minhoca e o big bang. Na realidade, esses conceitos tampouco fazem<br />

muito sentido para os cientistas, enquanto não tivermos explorado o universo<br />

por um longo tempo com todos os sentidos tecnologicamente à nossa<br />

disposição. O que finalmente surge é um nível mais novo e mais alto de<br />

“senso incomum”, que torna os cientistas capazes de pensar criativamente e<br />

expressar suas opiniões no submundo não familiar do átomo ou no domínio<br />

alucinante do espaço dimensional mais elevado. O físico alemão do século<br />

XX, Max Planck, fez uma observação semelhante sobre a descoberta da<br />

mecânica quântica: “A física moderna nos impressiona particularmente com<br />

a verdade da antiga doutrina, segundo a qual há realidades existentes fora<br />

de nossas percepções sensoriais, bem como problemas e conflitos nos quais<br />

essas realidades são de mais-valia para nós que os mais ricos tesouros do<br />

mundo da experiência”.<br />

Cada novo caminho do conhecer anuncia uma nova janela sobre o<br />

universo – um novo detector a ser adicionado à nossa crescente lista de<br />

sentidos não biológicos. Sempre que isso acontece, atingimos um novo nível<br />

de esclarecimento cósmico, como se estivéssemos evoluindo para nos<br />

tornarmos seres supersencientes. Quem teria imaginado que nossa busca por<br />

decodificar os mistérios do universo, armados com uma miríade de sentidos<br />

artificiais, nos concederia um insight sobre nós mesmos? Não embarcamos<br />

nessa busca por um simples desejo, mas por um mandado de nossa espécie –<br />

buscar nosso lugar no cosmos. A busca é antiga, não é nova, e tem atraído a<br />

atenção de pensadores grandes e pequenos, através do tempo e por meio da<br />

cultura. O que temos descoberto os poetas sempre souberam:<br />

Não deixaremos de explorar<br />

E o fim de toda a nossa exploração<br />

Será chegar aonde começamos<br />

E conhecer o lugar pela primeira vez…

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