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e parece apresentar, portanto, um sistema planetário aproximadamente<br />

comparável ao nosso sistema solar, ao menos no que diz respeito à estrela e ao<br />

seu maior planeta.<br />

Entretanto, não é bem assim. O planeta que orbita 55 Cancri a uma<br />

distância 5,5 vezes maior que a de Terra-Sol não representa o primeiro, mas o<br />

terceiro a ser descoberto em órbita ao redor dessa estrela. A essa altura os<br />

astrônomos acumularam dados suficientes, e tornaram-se tão habilidosos em<br />

interpretar suas observações do efeito Doppler, que já sabem interpretar a<br />

complexa dança estelar produzida por dois ou mais planetas. Cada um desses<br />

planetas tenta impor uma dança em seu próprio ritmo, com um período<br />

repetitivo igual à duração da órbita do planeta ao redor da estrela. Ao<br />

observar por um tempo suficientemente longo, e empregar programas de<br />

computador que não temem nenhum cálculo, os caçadores de planetas<br />

podem separar da combinação de danças os passos básicos que cada mundo<br />

orbitante provoca. No caso da 55 Cancri, uma estrela modesta visível na<br />

constelação chamada Caranguejo, eles já tinham encontrado dois planetas<br />

mais próximos, com períodos orbitais de 15 dias e 45 dias e massas mínimas<br />

de 0,8 e 0,16 massas de Júpiter, respectivamente. O planeta com uma massa<br />

mínima igual a “apenas” 0,16 massas de Júpiter (52 massas da Terra) está<br />

entre os menos massivos já detectados; mas o recorde de massa baixa para<br />

um planeta extrassolar caiu agora para 3,6 massas da Terra – ainda tantas<br />

vezes maior que a da Terra que é melhor esperar sentados que os astrônomos<br />

logo encontrem os gêmeos da Terra.<br />

Por mais que examinemos a questão de vários ângulos, não podemos<br />

evitar o problema, evidente nas órbitas dos planetas ao redor de 55 Cancri,<br />

de explicar por que e como vários planetas extrassolares, com massas muito<br />

semelhantes à de Júpiter, orbitam suas estrelas a distâncias espantosamente<br />

pequenas. Nenhum planeta com uma massa semelhante à de Júpiter pode se<br />

formar – é o que afirmarão os especialistas – mais perto de uma estrela<br />

semelhante ao Sol do que três ou quatro vezes a distância Terra-Sol. Se<br />

supomos que os planetas extrassolares obedecem a essa máxima, eles devem<br />

ter dado um jeito de se mover para distâncias muito menores depois de<br />

terem se formado. Essa conclusão, se válida, propõe ao menos três perguntas<br />

incendiárias:<br />

1. O que fez esses planetas entrarem em órbitas menores depois de<br />

terem se formado?<br />

2. O que os impediu de percorrer todo o caminho até suas estrelas e<br />

morrer?<br />

3. Por que isso ocorreu em muitos outros sistemas planetários, mas não<br />

em nosso sistema solar?<br />

Essas perguntas têm respostas, supridas por mentes férteis depois de<br />

terem sido apropriadamente estimuladas pela descoberta de planetas<br />

extrassolares. Podemos resumir o roteiro ora preferido pelos especialistas da

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