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que conseguisse chegar quase à velocidade da luz exigiria uma longa espera –<br />

muito mais longa que o período atual da história registrada – para produzir o<br />

resultado desejado. Por enquanto, os astrônomos devem continuar a mapear<br />

a Via Láctea a partir de seu interior, esboçando a floresta galáctica ao<br />

delinear suas árvores estelares e nebulosas. Esses esforços revelam que nossa<br />

galáxia se parece muito com nossa grande vizinha mais próxima, a grande<br />

galáxia espiral em Andrômeda. Convenientemente localizada a cerca de 2,4<br />

milhões de anos-luz, a galáxia de Andrômeda tem fornecido uma riqueza de<br />

informações sobre os padrões estruturais básicos das galáxias espirais, bem<br />

como sobre diferentes tipos de estrelas e sua evolução. Como todas as estrelas<br />

da galáxia de Andrômeda têm a mesma distância de nós (alguns pontos<br />

percentuais a mais ou a menos), os astrônomos sabem que os brilhos das<br />

estrelas têm uma correlação direta com suas luminosidades, isto é, com as<br />

quantidades de energia que emitem a cada segundo. Esse fato, negado aos<br />

astrônomos quando eles estudam objetos na Via Láctea, mas aplicável a toda<br />

galáxia mais além da nossa, tem permitido que tirem conclusões-chave sobre<br />

a evolução estelar, com mais facilidade do que a facultada pelo exame das<br />

estrelas na Via Láctea. Duas galáxias satélites elípticas que orbitam a galáxia<br />

de Andrômeda, contendo cada uma delas apenas uma pequena<br />

porcentagem do número de estrelas da galáxia principal, forneceram<br />

igualmente importantes informações sobre as vidas das estrelas e sobre a<br />

estrutura galáctica global das galáxias elípticas. Numa noite clara, longe das<br />

luzes da cidade, um observador de olhos aguçados que sabe para onde olhar<br />

consegue localizar o contorno indistinto da galáxia de Andrômeda – o mais<br />

distante objeto visível a olho nu, brilhando com a luz que começou sua<br />

viagem enquanto nossos ancestrais erravam pelos desfiladeiros da África em<br />

busca de raízes e frutinhas.<br />

Como a Via Láctea, a galáxia de Andrômeda está na metade de uma das<br />

pontas do diagrama de Hubble, porque seus braços espirais estão enrolados de<br />

um modo nem particularmente apertado, nem solto. Se as galáxias fossem<br />

animais num zoo, haveria uma gaiola dedicada às elípticas, mas várias jaulas<br />

para as gloriosas espirais. Estudar a imagem do Telescópio Hubble de um<br />

desses animais, tipicamente (para os mais próximos) vistos a partir de 10 ou<br />

20 milhões de anos-luz, é entrar num mundo de visões tão ricas em<br />

possibilidades, tão profundas na sua separação em relação à vida sobre a<br />

Terra, tão complexas na estrutura, que a mente despreparada talvez sinta<br />

vertigem, ou talvez providencie uma defesa lembrando a seu dono que nada<br />

disso consegue afinar as coxas ou curar o osso fraturado.<br />

As irregulares, as órfãs do sistema de classe galáctico, compreendem cerca<br />

de 10% de todas as galáxias, com o resto dividido entre espirais e elípticas,<br />

com uma vantagem forte para as espirais. Em oposição às elípticas, as galáxias<br />

irregulares contêm tipicamente uma proporção mais alta de gás e poeira do<br />

que as espirais, e oferecem os sítios mais animados de formação de estrelas<br />

em andamento. A Via Láctea tem duas grandes galáxias satélites, ambas<br />

irregulares, confusamente chamadas de Nuvens de Magalhães porque os

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