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temperaturas de inverno e verão. A pressões atmosféricas normais, a água<br />

congela a 273 graus Kelvin e ferve a 373 graus, de modo que estamos bem<br />

posicionados com respeito ao Sol para que quase toda a água sobre a Terra<br />

permaneça felizmente em seu estado líquido.<br />

Não tão rápido. Na ciência, às vezes é possível obter a resposta certa pelas<br />

razões erradas. A Terra absorve realmente apenas dois terços da energia que<br />

a atinge vinda do Sol. O resto é refletido de volta para o espaço pela superfície<br />

da Terra (especialmente pelos oceanos) e por suas nuvens. Se levarmos em<br />

conta essa reflexão nas equações, a temperatura média para a Terra cai para<br />

cerca de 255 graus Kelvin, bem abaixo do ponto de congelamento da água.<br />

Deve haver alguma coisa operando para elevar nossa temperatura média até<br />

um grau um pouco mais confortável.<br />

Mas espere mais uma vez. Todas as teorias da evolução estelar nos dizem<br />

que há 4 bilhões de anos, quando a vida estava se formando a partir da sopa<br />

primordial da Terra, o Sol era um terço menos luminoso do que é<br />

atualmente, o que teria deixado a temperatura média da Terra ainda mais<br />

abaixo do ponto de congelamento. Talvez a Terra no passado distante<br />

estivesse simplesmente mais próxima do Sol. Uma vez terminado o primeiro<br />

período de bombardeamento pesado, entretanto, nenhum mecanismo<br />

conhecido poderia ter deslocado órbitas estáveis para lá e para cá dentro do<br />

sistema solar. Talvez o efeito estufa da atmosfera da Terra fosse mais forte no<br />

passado. Não sabemos ao certo. O que sabemos é que zonas habitáveis,<br />

conforme originalmente concebidas, têm apenas relevância periférica para a<br />

possível existência da vida num planeta dentro delas. Isso tem se tornado<br />

evidente pelo fato de que não podemos explicar a história da Terra com base<br />

num modelo simples de zona habitável, e ainda mais pela percepção de que a<br />

água ou outros solventes não precisam depender do calor de uma estrela<br />

para permanecerem líquidos.<br />

Nosso sistema solar contém dois bons lembretes de que a “abordagem<br />

zona habitável” para procurar a vida tem severas limitações. Um desses<br />

objetos está fora da zona onde o Sol pode manter a água líquida, mas ainda<br />

assim tem um oceano global de água. O outro objeto, demasiado frio para ter<br />

água líquida, oferece a possibilidade de outro solvente líquido, veneno para<br />

nós, mas potencialmente de primeira qualidade para outras formas de vida.<br />

Em breve teremos a oportunidade de investigar de perto esses dois objetos<br />

com exploradores robôs. Vamos verificar o que sabemos no momento sobre<br />

Europa e Titã.<br />

A lua de Júpiter, Europa, que tem aproximadamente o mesmo tamanho de<br />

nossa Lua, exibe fendas ziguezagueantes na superfície, que mudam em<br />

escalas temporais de semanas ou meses. Para geólogos especialistas e<br />

cientistas planetários, esse comportamento indica que Europa tem uma<br />

superfície feita quase inteiramente de gelo de água, como uma capa de gelo<br />

antártico gigantesco cingindo um mundo inteiro. E a aparência mutável das<br />

brechas e rachaduras nessa superfície gelada leva a uma conclusão

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