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do lítio, enquanto as reações nucleares dentro do interior da estrela<br />

consomem lentamente os núcleos de lítio. A mistura constante e às vezes<br />

episódica da matéria no interior da estrela com a matéria do seu exterior leva<br />

o material para fora, de modo que após milhares de anos as camadas externas<br />

da estrela são capazes de refletir o que antes aconteceu no seu núcleo.<br />

Quando procuram as estrelas mais jovens, os astrofísicos seguem,<br />

portanto, uma regra simples: procurar as estrelas com a maior abundância de<br />

lítio. O número de núcleos de lítio de cada estrela em proporção, por<br />

exemplo, ao hidrogênio (determinado a partir de um estudo cuidadoso do<br />

espectro da estrela) vai localizar a estrela em algum ponto num gráfico que<br />

mostra como a idade das estrelas tem correlação com o lítio em suas camadas<br />

externas. Pelo uso desse método, os astrofísicos podem identificar, com<br />

segurança, as estrelas mais jovens num aglomerado, e podem atribuir a cada<br />

uma dessas estrelas uma idade baseada no lítio. Como as estrelas são<br />

destruidoras eficientes do lítio, as estrelas mais velhas mostram ter pouco<br />

desse material, se é que o possuem. Por isso, o método funciona bem só para<br />

as estrelas com menos de algumas centenas de milhões de anos. Mas para<br />

essas estrelas mais jovens, a abordagem do lítio opera maravilhas. Um estudo<br />

recente de duas dúzias de estrelas jovens na nebulosa de Órion, todas com<br />

massas quase iguais à do Sol, mostram idades que estão entre 1 e 10 milhões<br />

de anos. Algum dia os astrofísicos talvez cheguem a identificar estrelas ainda<br />

mais jovens, mas por enquanto um milhão de anos representa mais ou menos<br />

o melhor que conseguem fazer.<br />

Exceto por dispersar os casulos de gás a partir dos quais se formaram, os<br />

grupos de estrelas recém-nascidas não incomodam ninguém por um longo<br />

tempo, enquanto fundem hidrogênio em hélio em silêncio nos seus núcleos<br />

estelares e destroem seus núcleos de lítio como parte de suas reações de<br />

fusão. Mas nada dura para sempre. Ao longo de muitos milhões de anos, em<br />

reação aos contínuos distúrbios gravitacionais de enormes nuvens que<br />

passam, a maioria dos futuros aglomerados de estrela se “evapora”, quando<br />

seus membros se dispersam no fundo geral de estrelas da galáxia.<br />

Quase 5 bilhões de anos depois da formação de nossa estrela, a<br />

identidade das irmãs do Sol desapareceu, quer essas estrelas continuem vivas<br />

ou não. De todas as estrelas na Via Láctea e outras galáxias, aquelas com<br />

baixas massas consomem seu combustível de forma tão lenta que vivem<br />

praticamente para sempre. As estrelas de massas intermediárias como o nosso<br />

Sol acabam por se transformar em gigantes vermelhas, expandindo cem<br />

vezes o tamanho de suas camadas externas de gás, enquanto deslizam para a<br />

morte. Essas camadas externas tornam-se tão tenuemente conectadas à<br />

estrela que partem à deriva pelo espaço, expondo um interior de combustíveis<br />

nucleares gastos que forneceram energia às vidas de 10 bilhões de anos das<br />

estrelas. O gás que retorna ao espaço será varrido por nuvens passantes para<br />

participar em outras séries de formação de estrelas.<br />

Apesar de sua raridade, as estrelas da mais alta massa guardam quase

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