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crítica. Se as duas são iguais, o espaço deve ser plano. Isso satisfaria a predição<br />

do espaço plano do modelo inflacionário, pois ele não se importa se a<br />

densidade total no espaço provém da densidade da matéria, ou da matéria<br />

equivalente fornecida pela energia no espaço vazio, ou de uma combinação<br />

das duas.<br />

A evidência crucial que sugere uma constante cosmológica não zero, e assim<br />

a existência da energia escura, veio das observações, realizadas por<br />

astrônomos, de um tipo particular de explosão de estrela ou supernova,<br />

estrelas que experimentam mortes espetaculares em explosões titânicas. Essas<br />

supernovas, chamadas Tipo Ia ou SN Ia, diferem de outros tipos que ocorrem,<br />

quando os núcleos de estrelas massivas colapsam depois de exaurirem todas<br />

as possibilidades de produzir mais energia por fusão nuclear. Em contraste, as<br />

SN Ia devem sua origem a estrelas anãs brancas que pertencem aos sistemas<br />

binários estelares. Duas estrelas que por acaso nasceram uma perto da outra<br />

passarão suas vidas executando órbitas simultâneas ao redor de seu centro<br />

comum de massa. Se uma das duas estrelas tem mais massa que a outra,<br />

passará mais rapidamente pela plenitude da vida, na maioria dos casos<br />

perderá então suas camadas externas de gás, revelando seu núcleo ao<br />

cosmos como uma “anã branca” encolhida, degenerada, um objeto não<br />

maior que a Terra, mas que contém tanta massa quanto o Sol. Os físicos<br />

chamam a matéria nas anãs brancas de “degenerada” porque ela tem uma<br />

densidade tão alta – mais do que cem mil vezes a densidade do ferro ou do<br />

ouro – que os efeitos da mecânica quântica atuam sobre a matéria em forma<br />

volumosa, impedindo-a de colapsar sob suas enormes forças<br />

autogravitacionais.<br />

Uma anã branca em órbita mútua com uma estrela companheira<br />

envelhecida atrai material gasoso que escapa da estrela. Essa matéria, ainda<br />

relativamente rica em hidrogênio, acumula sobre a anã branca, tornando-se<br />

constantemente mais densa e mais quente. Finalmente, quando a<br />

temperatura se eleva a 10 milhões de graus, a estrela inteira se inflama em<br />

fusão nuclear. A explosão resultante – semelhante em conceito a uma bomba<br />

de hidrogênio, mas trilhões de vezes mais violenta – despedaça<br />

completamente a anã branca e produz uma supernova Tipo Ia.<br />

As SN Ia têm se mostrado particularmente úteis para os astrônomos<br />

porque possuem duas qualidades distintas. Primeiro, produzem as explosões<br />

de supernova mais luminosas no cosmos, visíveis através de bilhões de anosluz.<br />

Segundo, a natureza impõe um limite ao máximo de massa que qualquer<br />

anã branca é capaz de ter, igual a cerca de 1,4 vezes a massa do Sol. A<br />

matéria pode acumular sobre a superfície de uma anã branca apenas até a<br />

massa da anã branca atingir esse valor limite. Nesse ponto, a fusão nuclear<br />

faz explodir a anã branca – e a explosão ocorre em objetos com a mesma<br />

massa e a mesma composição, espalhados por todo o universo. Como<br />

resultado, todas essas supernovas de anãs brancas atingem quase a mesma<br />

produção máxima de energia, e todas desaparecem aos poucos quase na

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