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CAPÍTULO 7<br />

Descobrindo galáxias<br />

Há dois séculos e meio, pouco antes que o astrônomo inglês Sir William<br />

Herschel construísse o primeiro realmente grande telescópio do mundo, o<br />

universo conhecido consistia em pouco mais que estrelas, o Sol e a Lua, os<br />

planetas, algumas luas de Júpiter e Saturno, alguns objetos indistintos, e a<br />

galáxia que forma uma faixa leitosa através do céu noturno. Na realidade, a<br />

palavra “galáxia” vem do grego galaktos, ou “leite”. O céu também tinha os<br />

objetos indistintos, denominados cientificamente por nebulosas em<br />

referência à palavra latina para nuvens (nebulae) – objetos de forma<br />

indeterminada como a nebulosa do Caranguejo, na constelação de Touro, e a<br />

nebulosa de Andrômeda, que parece viver entre as estrelas da constelação de<br />

Andrômeda.<br />

O telescópio de Herschel tinha um espelho com um diâmetro de 122<br />

centímetros, um tamanho sem precedentes para 1789, o ano em que foi<br />

construído. Um arranjo complexo de armações para sustentar e apontar esse<br />

telescópio para o alto tornou-o um instrumento deselegante, mas quando o<br />

voltou na direção dos céus, Herschel logo pôde ver as inúmeras estrelas que<br />

compõem a Via Láctea. Usando seu instrumento de 122 centímetros, bem<br />

como um telescópio menor e mais ágil, Herschel e sua irmã Caroline<br />

compilaram o primeiro extenso catálogo das nebulosas setentrionais do “céu<br />

profundo”. Sir John – o filho de Herschel – continuou essa tradição da<br />

família, aumentando a lista dos objetos setentrionais de seu pai e tia, e,<br />

durante uma estada prolongada no cabo da Boa Esperança na extremidade<br />

sul da África, catalogou uns 1.700 objetos indistintos visíveis a partir do<br />

hemisfério sul. Em 1864, Sir John produziu uma síntese dos objetos<br />

conhecidos no céu profundo: A General Catalogue of Nebulae and Clusters of<br />

Stars (Um catálogo geral de nebulosas e aglomerados de estrelas), que incluía<br />

mais de cinco mil registros.<br />

Apesar desse grande corpo de dados, ninguém na época conhecia a<br />

verdadeira identidade das nebulosas, suas distâncias da Terra ou as<br />

diferenças entre elas. Ainda assim, o catálogo de 1864 tornou possível<br />

classificar as nebulosas morfologicamente – isto é, segundo suas formas. Na<br />

tradição de “nós os chamamos assim como os vemos” criada pelos árbitros de<br />

beisebol (que começavam a ser respeitados por volta da época em que o<br />

Catálogo Geral de Herschel foi publicado), os astrônomos chamaram as<br />

nebulosas com forma de espiral de “nebulosas espirais”, aquelas com uma<br />

forma vagamente elíptica “nebulosas elípticas”, e as várias nebulosas de<br />

forma irregular – nem espiral, nem elíptica – “nebulosas irregulares”. Por fim,<br />

chamaram as nebulosas que pareciam pequenas e redondas, como a imagem<br />

telescópica de um planeta, “nebulosas planetárias”, um ato que sempre

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