17.12.2015 Views

ApIqCL

ApIqCL

ApIqCL

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

protoplaneta descontrolado do tamanho de Marte. Alguns dos destroços em<br />

órbita dessa colisão coalesceram para formar nosso encantador satélite de<br />

baixa densidade. À parte esse evento digno de nota há mais ou menos 4,5<br />

bilhões de anos, o período de bombardeio pesado que a Terra suportou<br />

durante seus primeiros tempos foi semelhante ao experimentado por todos os<br />

planetas e outros grandes objetos no sistema solar. Todos sofreram<br />

semelhantes danos, com a Lua e Mercúrio, sem ar e sem erosão, ainda<br />

preservando a maioria das crateras produzidas durante esse período.<br />

Além dos destroços deixados por essa época de formação, o espaço<br />

interplanetário contém igualmente rochas de todos os tamanhos lançadas de<br />

Marte, da Lua e provavelmente da Terra, quando suas superfícies<br />

cambalearam com os impactos de alta energia. Os estudos de choques de<br />

meteoros feitos pelo computador demonstram conclusivamente que algumas<br />

rochas da superfície perto do marco zero da colisão serão arremessadas para o<br />

alto com velocidade suficiente para escapar do puxão gravitacional do objeto.<br />

A partir das descobertas de meteoritos marcianos sobre a Terra, podemos<br />

concluir que cerca de 1.000 toneladas de rochas de Marte caem sobre a<br />

Terra a cada ano. Talvez a mesma quantidade de destroços atinja a Terra<br />

vinda da Lua. Assim não precisamos ir até a Lua para buscar rochas lunares.<br />

Algumas dúzias dessas rochas vêm até nós sobre a Terra, embora não sejam<br />

por nós escolhidas, e ainda não tivéssemos ciência desse fato durante o<br />

programa Apollo.<br />

Se Marte abrigou vida algum dia – muito provavelmente há bilhões de<br />

anos, quando a água líquida fluía livremente sobre a superfície marciana –<br />

então bactérias insuspeitas, acondicionadas nos cantos e rachaduras<br />

(especialmente nas rachaduras) da rocha ejetada de Marte, poderiam ter<br />

viajado de graça para a Terra. Já sabemos que algumas variedades de<br />

bactérias podem sobreviver a longos períodos de hibernação, bem como às<br />

doses elevadas de radiação solar ionizante a que estariam expostas durante o<br />

percurso até a Terra. A existência de bactérias no espaço não é uma ideia<br />

maluca, nem pura ficção científica. O conceito tem até um nome que soa<br />

importante: panspermia. Se Marte gerou vida antes que a Terra o fizesse, e se<br />

a vida simples saiu de Marte em rochas ejetadas e semeou a Terra, podemos<br />

ser todos descendentes de marcianos. Esse fato talvez pareça tornar<br />

desnecessárias as preocupações com os espirros dos astronautas sobre a<br />

superfície de Marte, espalhando seus germes sobre a paisagem alienígena. Na<br />

realidade, ainda que tivéssemos todos origem marciana, gostaríamos muito<br />

de traçar a trajetória da vida de Marte até a Terra, por isso essas<br />

preocupações continuam a ter uma importância vital.<br />

A maioria dos asteroides do sistema solar vive e opera no “cinturão<br />

principal”, uma região achatada ao redor do Sol entre as órbitas de Marte e<br />

Júpiter. É tradição que os descobridores de asteroides nomeiem seus objetos<br />

como quiserem. Frequentemente representados pelos artistas como uma<br />

região atravancada de rochas flutuando no plano do sistema solar, embora<br />

de fato espalhados por milhões de quilômetros em distâncias diferentes do

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!